O impasse que envolvia a abertura da licitação para construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) na bacia hidrossanitária do Barracão foi resolvido. O licenciamento ambiental foi concedido no final de abril. O atraso desta etapa obrigou a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) a inverter o andamento da obra, iniciando a colocação das tubulações antes mesmo da ETE estar pronta. A obra é de fundamental importância para que Bento Gonçalves possa ter o primeiro metro de esgoto tratado. A ação é uma das mais alardeadas pela administração do prefeito Roberto Lunelli (PT), mas o objetivo de ter 30% das residências do município com esgoto tratado até o final deste ano não será cumprido, uma vez que a construção da Estação deve levar pelo menos mais um ano.
A implantação de um sistema de tratamento de esgoto local foi uma das exigências feitas pela prefeitura quando o contrato com a Corsan foi renovado, em março de 2010. A captação dos recursos e a responsabilidade pelo andamento dos trabalhos são da companhia de saneamento. A ETE Barracão está orçada em R$ 6,6 milhões e a empresa vencedora será conhecida no dia 24 de maio. Desde setembro é feito o assentamento de redes coletoras nos lotes pertencentes à bacia do Barracão. A tubulação que está sendo colocada fará a ligação do esgoto das residências até a ETE no futuro.
Há ainda no município a bacia hidrossanitária do Burati. Nessa, os trabalhos estão na fase de apresentação de projetos para posterior lançamento dos editais. A intenção é iniciar os trabalhos pela ETE, caso não haja entraves ambientais – na bacia do Barracão foi feito o processo inverso, para não deixar os trabalhos parados até que fossem concedidas as licenças ambientais. Somando as duas grandes bacias, as obras totalizam o assentamento de mais de 60 quilômetros de redes coletoras. A captação de recursos para as obras fica a cargo exclusivamente da Corsan. Com a conclusão das duas grandes bacias, restarão obras a serem feitas na bacia do Vale dos Vinhedos, ainda sem previsão.
Desrespeito aos prazos
Os prazos inicialmente previstos para tratamento de esgoto em Bento Gonçalves estão sendo desrespeitados. De acordo com o Plano Municipal de Saneamento (PMSA), elaborado na metade de 2009, Bento deveria ter até o final do ano passado 20% das residências abrangidas pelo serviço. Para este ano a meta, que seria de 30%, também não será cumprida, já que o prazo para conclusão da ETE é de um ano. O PMSA estima que 65% do território deverá ser abrangido pelo serviço até 2014. O possível atraso no cumprimento das metas já havia sido noticiado pelo SERRANOSSA ainda no ano passado.
Reportagem: Carina Furlanetto
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