Lideranças planejam mobilização pelas estradas

Sem conseguir resposta aos ofícios remetidos ao governo do Estado e ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), lideranças empresariais da Serra buscarão outro caminho para tentarem ser ouvidas. Nesta semana, a Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (Cics-Serra) decidiu, em assembleia, começar a mobilização da comunidade regional para um manifesto, que deve ser realizado na metade de novembro.

O ato mais recente para reforçar a indignação do empresariado foi a inclusão, há alguns dias, de pouco mais de 20 quilômetros de estradas serranas no decreto emergencial que prevê a recuperação de rodovias gaúchas. Mas as reclamações anteriores, como as melhorias no trecho da RSC-470 que corta Bento Gonçalves e a reformulação no entroncamento com a RSC-453, no Trevo da Telasul –, assim como as incertezas com relação ao Contrato de Restauração e Manutenção das Rodovias da Região da Serra (Crema/Serra) – ainda pesam bastante. “O Estado jamais abriu o diálogo. São acidentes, mortes e vários prejuízos econômicos para a região e não tivemos nenhum retorno, sequer um telefonema”, afirma o presidente da Cics-Serra, Ademar Petry.

Nos próximos dias, a entidade definirá de que forma o protesto será realizado, mas, pelo menos nessa primeira ação, nenhuma estrada deverá ser trancada, segundo Petry. “Nossa proposta, em um primeiro momento, não seria partir para algo tão radical, porque acabaria prejudicando ainda mais quem já sofre com essas dificuldades. Mas queremos despertar esse sentimento na população, mostrar o descaso que enfrentamos”, ressalta. Uma das iniciativas deverá ser a panfletagem simultânea em várias cidades. A ideia é reunir os municípios em torno de uma demanda coletiva, mas também abrir espaço para que cada um apresente suas reivindicações.

Sem apoio político

Na tarde desta quinta-feira, 24, antes de uma nova reunião de associados para debater a mobilização, representantes da Cics-Serra se reuniram com o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), em mais uma tentativa de buscar apoio político. “Essa representação no Estado e na União nos faz muita falta. Não temos quem realmente nos ajude lá dentro. Até houve um envolvimento na questão da federalização, que agora depende do inventário para concretizar o processo, mas no restante ainda estamos andando praticamente sós. Tudo que sabemos vem de informações paralelas”, lamenta.

O último contato com o governo, de acordo com Petry, foi durante a Conferência Regional sobre Segurança no Trânsito, no último dia 8, da qual participou o vice-governador, Beto Grill. Na ocasião, um ofício foi entregue ao representante do Executivo gaúcho cobrando agilidade no Crema/Serra. Grill chegou a falar na necessidade de uma “atenção diferenciada” para a Serra, mas não pontuou nenhum projeto específico do Estado para a região. “Mais uma vez, ficamos apenas com um discurso”, finaliza.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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