Líderes de organização criminosa de tráfico internacional atuavam dos presídios de Bento e Caxias

A Serra Gaúcha entrou, mais uma vez, para os noticiários nacionais nesta quinta-feira, 10/12, por meio da Operação Teiniaguá, da Polícia Federal. O objetivo da ação era desarticular uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas e armas para fornecimento à uma facção estabelecida na Serra Gaúcha. Ao longo desta quinta-feira, estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão no Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Sapiranga, Campo Bom, Parobé, Taquara, Lajeado e Charqueadas) e no Mato Grosso do Sul (Ponta Porã).

Também estão sendo cumpridas 11 ordens judiciais de sequestro de veículos e imóveis de propriedade dos investigados e bloqueadas 57 contas bancárias de pessoas físicas e empresas, utilizadas para movimentar dinheiro de origem ilícita.

O delegado da Polícia Federal de Caxias do Sul e coordenador da operação, Noerci da Silva Melo, afirma que o grupo criminoso atuava na Serra Gaúcha de dentro e de fora do sistema prisional, na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves e na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul (no Apanhador). De acordo com o diretor da Penitenciária de Bento, Volnei Zago, um apenado está envolvido na organização criminosa. “Três importantes lideranças da organização criminosa tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça. Um deles havia obtido há apenas 10 dias o direito de cumprir pena em regime semiaberto, com o uso de tornozeleira eletrônica, após passar os últimos 11 anos preso”, informou a PF.

De acordo com a PF, ao longo de seis meses de investigação foi apurado que o grupo “internalizou mais de uma tonelada e meia de cocaína e enviou de forma ilegal para o exterior cerca de R$ 25 milhões destinados ao pagamento a narcotraficantes no Paraguai”. Segundo os investigadores, “parte considerável” desses carregamentos de drogas eram habitualmente destinados à Serra Gaúcha.

Ainda conforme o delegado Melo, a Serra Gaúcha é foco do tráfico de drogas por ser uma região de maior poder aquisitivo. “Por isso estamos atuando a partir da descapitalização da organização. Precisamos prender os líderes, colocar em presídios de segurança máxima, onde não possam se comunicar, e fazer essa descapitalização”, afirmou.