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Livro escrito por detentos do RS é lançado na Feira do Livro de Porto Alegre

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A obra é uma coletânea de narrativas, poesias e ilustrações que contemplam a produção de pessoas custodiadas do sistema prisional gaúcho

Livro escrito por detentos do RS é lançado na Feira do Livro de Porto Alegre
Três apenados que assinam textos incluídos no livro estiveram na feira para sessão de autógrafos – Foto: João Pedro Rodrigues/Ascom SSPS

A Polícia Penal e a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) lançaram na terça-feira, 12/11, na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, o sexto volume da publicação Vozes de um Tempo, no Espaço Território dos Parceiros Caixa. A obra é uma coletânea de narrativas, poesias e ilustrações que contemplam a produção de pessoas custodiadas do sistema prisional gaúcho. Três pessoas privadas de liberdade que tiveram suas obras selecionadas para a publicação estiveram presentes no evento para autografar alguns exemplares.

O titular da SSPS, Luiz Henrique Viana, destacou o papel da leitura e da escrita como ferramentas importantes no tratamento penal.

“A representatividade que esta obra traz é muito significativa. São vozes de pessoas privadas de liberdade ganhando espaço, além do tempo, através da escrita. E sabemos o quanto esse projeto pode ir longe, e queremos levá-lo adiante, para dar mais oportunidades aos apenados que tenham interesse em se expressar dessa forma”, afirmou.

A obra é uma ação conjunta com o Banco de Livros da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da Fiergs e com o Coletivo Balcão da Cidadania. Ela faz parte do Projeto Passaporte para o Futuro, que, ao longo dos anos, já montou cerca de 99 espaços de leitura em diversos estabelecimentos prisionais gaúchos, disponibilizando livros e incentivando a prática da leitura e a produção de textos. Na sexta edição da obra, foram selecionadas 148 produções, 122 textos e 26 ilustrações de temas variados. Ao todo, 33 estabelecimentos prisionais tiveram autores selecionados para comporem a publicação.

A oportunidade é reconhecida pelos próprios apenados.

“Eu queria agradecer a casa prisional onde eu estou e que me deu a oportunidade de estar estudando. Na casa prisional eu aprendi a ler. Primeiro foi por causa da remição e depois eu peguei o gosto e hoje eu tenho vários textos. Agora eu tenho força de vontade de sair pra rua e fazer diferente”, relatou Leonardo, autor de um dos textos.

Para a diretora do Departamento de Tratamento Penal da Polícia Penal, Rita Leonardi, o lançamento do livro possibilita que os familiares dos custodiados vislumbrem as ações desenvolvidas durante o cumprimento da pena. “A produção do livro, por meio das oficinas de leitura e demais parcerias, proporciona à pessoa privada de liberdade, não só a possibilidade de remir a pena, como também estimula os outros apenados, já que a obra é escrita por aqueles que estão na mesma situação”, explicou.

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