Lixo eletrônico ao ar livre

Centenas de tubos de televisores antigos chamaram a atenção dos moradores do bairro Salgado. Os restos ficaram pelo menos dois dias depositados em um terreno da prefeitura localizado próximo à secretaria municipal de Viação e Obras Públicas (SMVOP). O material pertencia à Associação de Recicladores de Materiais Eletrônicos e Elétricos Gonçalves e foi recolhido pela própria prefeitura. Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente, AlvoryViccari, os tubos precisaram ser recolhidos pois a associação está de mudança para outro local. A estimativa era que o lixo eletrônico fosse retirado ainda na última quinta-feira, dia 5, e levado para armazenamento em um local coberto. 

Segundo Viccari, a escolha pelo pátio da SMVOP atende a orientação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que estabelece que esse tipo de material deve ficar depositado em zona industrial.

O presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Gilnei Rigotto, acionou a Fepam para fazer a fiscalização do local onde foi foi feito o depósito. Segundo os responsáveis pela reciclagem, os tubos não pode ser empilhados e devem ficar em local coberto e com proteção para que não entrem em contato com o solo. Em visita ao depósito, ao ar livre, o SERRANOSSA verificou que além de estarem empilhados de maneira desordenada, alguns estavam quebrados. Apenas uma chapa de madeira evitava o contato com a terra.
 

Prefeitura fará campanha

Viccari conta que o município já entrou em contato com uma empresa de Porto Alegre, que ficará responsável por recolher e descontaminar os tubos. Porém, antes disso, foi feita a exigência de que a prefeitura realize uma campanha de recolhimento de lixo eletrônico. Com isso, a coleta e descontaminação não terá custos para os cofres públicos. 

Consequências ao meio ambiente

Os tubos de monitores contém chumbo. A diretora do Instituto de Saneamento Ambiental da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Doutora Vânia Schneider, explica que metais pesados podem entrar na estrutura dos seres vivos e se acumularem no organismo, causando danos drásticos à saúde. Quando o material é descartado na natureza, os componentes tóxicos podem migrar para o solo e para água. “As partes potencialmente tóxicas devem ser removidas com cuidado e destinadas adequadamente”, detalha.

 
Reportagem: Carina Furlanetto

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