Lotação nos ônibus intermunicipais desagrada

É comum o caso de moradores de Garibaldi que diariamente se deslocam até Bento Gonçalves a trabalho. Nem todos, porém, contam com veículo próprio e muitos precisam recorrer ao transporte coletivo para o deslocamento. O problema é conseguir um assento livre para encarar o percurso, que chega a durar 45 minutos se contadas as paradas para embarque e desembarque. “É um absurdo pagar R$ 3,25 para viajar em pé”, reclama uma trabalhadora que precisa usar o transporte diariamente.  “Ninguém aguenta mais este tipo de situação”, complementa.

O diretor da empresa Bento, Jatir Toniolo, afirma que o número de passageiros transportados em pé está dentro do permitido. A empresa é uma das que realiza o transporte na rota. De acordo com a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), nos ônibus da modalidade comum é permitida uma lotação máxima de 15% de passageiros em pé nas partidas das estações rodoviárias de origem e mais 30% para o restante do percurso, não podendo exceder o limite máximo de 45%. A porcentagem é calculada com base no número de bancos dos veículos. Na prática, isso significa  que, se um ônibus tem 42 bancos, ele pode sair da rodoviária com até seis pessoas em pé (equivalente a 15%) e chegar ao seu destino com outras 13 (30%), ou seja, pode ter 19 pessoas sem acomodação nos lugares. “Não há demanda para novos horários”, garante o diretor. 

Entretanto, uma das passageiras denuncia que já chegou a contar 40 pessoas em pé no ônibus que vem de Garibaldi para Bento Gonçalves. “Os horários mais complicados são às 6h50, no sentido Garibaldi-Bento, e das 16h30 e 17h35, no sentido contrário”, denuncia. Além de Garibaldi e Bento Gonçalves, o ônibus passa ainda por Carlos Barbosa e Salvador do Sul.

Sobre lotação acima da capacidade, Toniolo rebate: “é preciso provar que havia 40 passageiros”. Segundo ele, mensalmente a empresa envia relatório ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem que fica responsável de avaliar se há ou não a necessidade do aumento da oferta de horários e linhas e notificar a empresa de transporte. “As estatísticas apontam que não há superlotação. Se de fato houve um dia em que 40 passageiros viajaram em pé, foi uma exceção”, afirma.

Reportagem: Carina Furlanetto

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