Luis Carlos Winck: “Foi um casamento perfeito”

Pelo menos três vezes, durante entrevista ao SERRANOSSA cuja proposta era que fizesse um balanço dos quinze meses no comando do Esportivo, Luis Carlos Winck usou a expressão “foi um casamento perfeito”. O técnico sente-se realizado no clube e, o retrospecto mostra, o clube também já não pode ignorar que o treinador tem um papel de destaque na sua história. Foi com Winck que o Esportivo voltou a ser um dos grandes no cenário estadual, levantou a primeira taça na Montanha e alcançou um desempenho inédito em um turno de Campeonato Gaúcho. Casamento deu tão certo que o técnico virou até sócio conselheiro do alviazul.

Na primeira entrevista coletiva como comandante do Esportivo, em dezembro de 2011, Winck ressaltou a oportunidade que teria para recuperar mercado no futebol gaúcho. Quinze meses depois, o mercado se abriu ao treinador. Com o título na Divisão de Acesso e vaga entre os quatro na Taça Piratini, Winck voltou a sentir, agora como técnico, parte do prestígio que tinha quando atuava na lateral-direita do Internacional. Entre o final da Divisão de Acesso e o início da Taça Farroupilha, recebeu três propostas, duas de fora do estado e outra de um clube da primeira divisão gaúcha, com oferta de salário maior do que recebe no Esportivo. Mesmo assim, quando considerou o “casamento perfeito”, decidiu ficar.

Winck sente-se respaldado em Bento Gonçalves. Mesmo quando o time parecia voltar a declinar, nas primeiras rodadas da Taça Piratini, não perdeu a confiança. “Nunca me senti ameaçado. Teve um momento em que fiquei um pouco incomodado, quando perdemos aquele jogo contra o Caxias – 3 a 2, pela sexta rodada do primeiro turno -. Mas logo após a partida, recebi uma mensagem do presidente do clube, dizendo que confiava no meu trabalho. A direção nunca me colocou no paredão, sempre esteve ao meu lado e eu sabia que, resolvendo alguns ajustes, iríamos reverter a situação”, conta.

Winck prefere não falar em melhor momento da carreira, mas não esconde que os ventos, hoje, estão soprando a favor. E vêm, por consequência, deixando frutos. Foi em Bento que o técnico conheceu a noiva Caroline, e em alguns dias, Winck deverá fixar residência na cidade. Mesmo que sua história possa, porventura, encerrar em breve no Esportivo, ele continuará, ainda que indiretamente, ligado ao clube, como sócio conselheiro. “Pago R$ 50,00 por mês para ser sócio. Faço isso porque aprendi a gostar do clube. Sinto que ajudei o Esportivo e o Esportivo também me ajudou muito. É como se fosse, hoje, minha segunda família. Eu vou ficar muito triste se um dia ver o Esportivo voltar ao anonimato. Pelo o que conquistamos e vivemos juntos, passei a ser um torcedor de verdade, que sente carinho e amor pelo clube”, revela.

Um torcedor que não somente torce, mas preocupa-se com o futuro do time. Virou hábito nas entrevistas o treinador convocar a comunidade a ir ao estádio ou o empresariado a investir no clube. Como se não conhecesse o recente passado bastardo do Esportivo, Winck fica inquieto e olha para os lados, à espera de respostas, quando questiona porque as inúmeras grandes empresas da cidade não expõem suas marcas no clube local que teve sete jogos televisionados somente neste ano, alguns reprisados em rede nacional.

Mesmo com um abismo que parece separar o município do clube, o treinador não perde a motivação e enfatiza que o alviazul deve buscar, de forma prioritária, estabilidade. O primeiro passo, segundo ele, é repetir a campanha do primeiro turno e depois correr atrás de recursos para seguir em atividade no segundo semestre.

Com uma sequência de bons resultados, Winck tem esperanças de ver a cidade abraçar o clube todos os dias, assim como abraçou em um inesquecível 18 de julho de 2012. “Nunca vou esquecer o dia em que voltamos de Camaquã, onde garantimos o acesso. Uma multidão esperava o ônibus com bandeiras e foguetes. Idosos e crianças abanavam para os jogadores. Gostaria que esse envolvimento fosse permanente. É disso que o Esportivo precisa. Que a comunidade, torcedores e empresários, abracem o clube”, conclui.

Retrospecto positivo

Winck comandou o Esportivo em 61 jogos, com um aproveitamento de 60,1%. Foram 32 vitórias, 14 empates e 15 derrotas.

Força máxima contra o Veranópolis

O Esportivo recebe o Veranópolis logo mais, às 20h, pela quarta rodada da Taça Farroupilha. O técnico Luis Carlos Winck terá todos os titulares à disposição. A única baixa nesta semana foi o atacante Deivison, que acabou se transferindo para a Ucrânia. O jogador chegou para reforçar o time na Taça Farroupilha e ainda não havia começado nenhuma partida como titular.

Para evitar o desgaste dos atletas, Winck não realizou nenhum treino tático após a vitória sobre o Canoas, o que indica que deve manter a escalação dos últimos dois jogos, com Fabiano; Victor, Ediglê e Raone; Erick, Fábio Oliveira, Mateus Santana, Rafael Bittencourt e Paulo Josué; Gilian e Fabinho.

Além de garantir-se na zona de classificação às quartas de final por pelo menos mais uma rodada, o duelo desta noite também é decisivo na busca pelo título do interior. Em caso de vitória, o alviazul pode encerrar a rodada líder neste campeonato à parte. 

 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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