Luis Oselame: “A angústia é permanente”
As consequências da campanha histórica na Taça Piratini não acompanharam as perspectivas da direção do Esportivo. Se por um lado o clube agregou valor à marca, por outro lado não conseguiu capitalizar os bons resultados.
Com a classificação às semifinais da Taça Piratini, o clube esperava que as duas fontes de receita (30% da renda do jogo e patrocínios pontuais) aliviassem a situação financeira. Porém, o público no jogo contra o Inter foi decepcionante e o acréscimo de patrocinadores irrisório. Contando o jogo contra o Lajeadense, o clube acumulou, com renda e patrocínios pontuais, cerca de R$ 60 mil. Todo o montante, no entanto, foi gasto com “bicho” aos atletas e logística, não fazendo efeito à delicada realidade financeira.
A última folha de pagamento venceu no dia 15 de fevereiro e foi paga apenas parcialmente. O presidente Luis Oselame não esconde que o faturamento tem sido bem inferior às despesas. A arrecadação mensal gira em torno de 30% menos do que se gasta, o que faz com que o atraso nos salários seja contínuo. O clube paga em um mês o que deveria ser pago no anterior.
A folha bate a casa dos R$ 270 mil. Oselame ressalta que a direção poderia racionalizar os gastos quando montou o elenco, porém, não esperava a crise financeira na prefeitura, o que acabou impossibilitando o repasse de verbas. Em 2012, a prefeitura repassou R$ 240 mil ao clube. “Com essa verba, hoje, poderíamos estar com a folha em dia”, lamenta o presidente.
Apesar da angústia diária, entretanto, ele confia em dias melhores. Se os bons resultados não se materializaram financeiramente, ao menos serviram para mostrar o caminho. Oselame ressalta que o clube não esteve preparado para capitalizar uma partida com mídia nacional e encara a boa campanha na Taça Piratini como oportunidade para começar a semear a marca do clube. “Colocamos a imagem do Esportivo na mídia, mas não estávamos preparados para capitalizar essa oportunidade. Estamos com uma equipe comissionada que trabalhará em cima disso. Ainda não é profissional, mas é um começo. Precisamos semear a marca do clube aos possíveis investidores para que, em eventuais oportunidades como a que tivemos contra o Inter, as empresas já conheçam o histórico do Esportivo, as pessoas que estão trabalhando e saibam onde estarão investindo e o retorno de mídia que vão ter”, salienta o presidente.
Transparente, Oselame confessa que não tem tido boas noites de sono e que, com toda a pressão diária, já pensou em desistir. Mas logo complementa: foi apenas mais um lapso de pensamento que, como outros, foi embora. “Quando estava na faculdade também pensei em desistir. A angústia é permanente, mas a determinação é maior. Assim que encerrou a Divisão de Acesso, eu falei para o grupo: agora precisamos ter um bom desempenho na primeira divisão. Acho que estamos perto de subir mais um degrau. Vamos seguir assim. O importante é ter continuidade e firmeza de propósito”, conclui.
Reportagem: João Paulo Mileski
É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.
Siga o SERRANOSSA!
Twitter: @SERRANOSSA
Facebook: Grupo SERRANOSSA
O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.