Lula anuncia comando dos 37 ministérios

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira, 29/12, em Brasília, os últimos 16 nomes que completam o gabinete ministerial do novo governo. No total, o terceiro mandato do petista contará com 37 ministérios.

Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva faz pronunciamento em Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil.

O anúncio dos futuros ministros busca contemplar a formação de uma base de apoio mais robusta no Congresso, com a inclusão de nomes de partidos como PSD, MDB e União Brasil, que ficaram com ministérios como Agricultura, Minas e Energia, Comunicações, Transportes e Pesca.

O PT ainda assegurou para si pastas como Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, enquanto siglas aliadas no segundo turno, como PDT e PSol, ficaram com ministérios como a Previdência Social e Povos Indígenas.  

As demais pastas foram preenchidas por Lula com personalidades de destaque em suas áreas ou pessoas de confiança do presidente eleito, como Gonçalves Dias, novo titular do Gabinete de Segurança Institucional. Por oito anos, o general Gonçalves Dias foi chefe da segurança pessoal de Lula.

Foram confirmadas também duas ex-candidatas à Presidência da República que embarcaram na campanha de Lula de maneira ativa: Marina Silva, que volta a preencher o Meio Ambiente, e Simone Tebet, que ficou com o planejamento.

Todos devem assumir seus postos em 1º de janeiro. “Esse pessoal vai começar a trabalhar e montar sua equipe, tudo isso certamente a partir de segunda-feira (2)”, disse Lula durante o anúncio, no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB) de Brasília. “Acho que a gente vai começar o governo trabalhando, não vamos começar o governo vendo como é que tá”, acrescentou.  

Os nomes anunciados nesta quinta-feira (29) foram: Gonçalves Dias (GSI); Paulo Pimenta (Secom); Carlos Lupi (Previdência); Jader Filho (Cidades); Alexandre Silveira (Minas e Energia); Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário); Juscelino Filho (Comunicações); Ana Moser (Esportes); Marina Silva (Meio Ambiente); Simone Tebet (Planejamento); Daniela Souza Carneiro (Turismo); Sônia Guajajara (Povos Indígenas); e Renan Filho (Transportes).

“Quero que vocês façam parte da história política desse país, de um momento em que tivemos essa coragem de assumir o Brasil numa situação extremamente delicada”, afirmou Lula a seus novos ministros, que o acompanharam durante o anúncio.

Lula acrescentou que ainda na primeira semana deve realizar uma primeira reunião de gabinete. Ele pediu aos novos ministros que sejam “democráticos” na montagem de suas equipes, garantido diversidade nos ministérios, e também que privilegiem nomes com qualificação técnica.

Confira a lista completa:

PT: 10 ministros

  • Fazenda: Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação
  • Casa Civil: Rui Costa, ex-governador da Bahia
  • Secretaria das Relações Institucionais: Alexandre Padilha, deputado federal (PT-SP)
  • Secretaria-Geral da Presidência: Márcio Macêdo, vice-presidente do PT.
  • Educação: Camilo Santana, ex-governador do Ceará
  • Mulheres: Cida Gonçalves, ex-vereadora e ex-secretária nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.
  • Desenvolvimento Social: Wellington Dias, ex-governador do Ceará e senador eleito (PT-CE)
  • Trabalho: Luiz Marinho, ex-ministro, ex-prefeito de São Bernardo e presidente do diretório estadual do PT em SP
  • Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira (PT-SP), deputado federal
  • Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT-SP), deputado federal

MDB: 3 ministros

  • Planejamento: Simone Tebet (MDB-MS), senadora e candidata à Presidência em 2022
  • Cidades: Jader Filho (MDB), presidente do MDB do Pará, filho do senador Jader Barbalho (MDB) e irmão do governador do Pará, Helder Barbalho
  • Transportes: Renan Filho (MDB-AL), senador eleito e ex-governador de Alagoas

PSB: 3 ministros

  • Portos e Aeroportos: Márcio França, ex-governador de São Paulo
  • Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino, ex-governador do Maranhão
  • Desenvolvimento, Indústria e Serviços: Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito e ex-governador de São Paulo

União Brasil: 3 ministros

  • Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes, governador do Amapá*
  • Turismo: Daniela do Waguinho (União-RJ), deputada federal reeleita
  • Comunicações: Juscelino Filho (União-MA), deputado federal

Waldez Góes é hoje filiado ao PDT mas, segundo o próprio presidente Lula, há um acordo para que ele migre para o União Brasil e ajude a coordenar a adesão do partido à base do governo.

PSD: 3 ministros

  • Agricultura: Carlos Fávaro (PSD-MS), senador
  • Pesca: André de Paula (PSD-PE), deputado federal
  • Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD-MG), senador

PDT: 1 ministro

  • Previdência Social: Carlos Lupi, presidente do PDT

PSOL: 1 ministra

  • Povos Indígenas: Sônia Guajajara (PSOL-SP), deputada eleita

PCdoB: 1 ministra

Ciência e Tecnologia: Luciana Santos, presidente do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco

Rede: 1 ministra

  • Meio Ambiente: Marina Silva (Rede-AC), ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente

Sem atuação partidária: 11 ministros

  • Defesa: José Múcio Monteiro, ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)
  • AGU: Jorge Messias, procurador da Fazenda Nacional
  • Saúde: Nísia Trindade, presidente da Fiocruz
  • Gestão: Esther Dweck, economista e professora da UFRJ
  • Cultura: Margareth Menezes, cantora e compositora
  • Igualdade Racial: Anielle Franco, jornalista e irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio assassinada em 2018
  • Controladoria-Geral da União: Vinícius Marques de Carvalho, ex-presidente do Cade
  • Relações Exteriores: Mauro Vieira, diplomata e ex-ministro
  • Direitos Humanos: Silvio Almeida, advogado
  • Esportes: Ana Moser, ex-jogadora de vôlei
  • Gabinete de Segurança Institucional: Marco Edson Gonçalves Dias, general da reserva.