Em um dos últimos compromissos antes da campanha para reeleição, o prefeito de Bento Gonçalves Roberto Lunelli (PT) palestrou aos empresários no Centro de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) na noite desta segunda-feira, dia 12. Lunelli respondeu a 13 questionamentos feitos previamente pelos associados da entidade. Embora a maioria dos compromissos de campanha ainda não tenha sido cumprida, o prefeito tornou a fazer novas promessas à comunidade, entre elas a construção de um rodoanel no município.
Segundo Lunelli, o rodoanel já estaria em estudo e custaria, inicialmente, R$ 430 milhões. A expectativa é que ele seja viabilizado com recursos do Ministério das Cidades. “Este é o grande projeto na área de mobilidade para o município. O único problema que vamos enfrentar são as desapropriações”, comenta.
As perguntas dirigidas a Lunelli envolveram assuntos como mobilidade, saúde, segurança, saneamento, presídio e áreas industriais. Ele respondeu a todos os questionamentos, mas em diversas respostas atribuiu os problemas atuais a erros cometidos por administrações do passado.
As 13 perguntas:
Pergunta: Quando iniciam as obras de saneamento e quando teremos o esgoto de nossa cidade sendo tratado?
Resposta: Bento hoje não tem 1% de esgoto tratado, tem zero por cento. Também não podemos perguntar quando as obras iniciam, pois elas já começaram. Quem está executando é uma empresa de Bento Gonçalves, o que é importante destacar. As obras seguem um cronograma e a previsão é de que até 2014, dois terços do esgoto de Bento Gonçalves esteja tratado.
Pergunta: Quando, de fato, Bento Gonçalves terá sua Guarda Municipal? Em que estágio está este processo? De que outras formas o município está atuando de maneira mais incisiva nas políticas públicas de segurança?
Resposta: O tema segurança é sempre polêmico. Hoje temos um Pacote de Segurança que abrange, além da Guarda Municipal, cujo projeto já está na Câmara de Vereadores, também ações para o aumento dos agentes de trânsito, a substituição de lombadas físicas por lombadas eletrônicas e a ampliação do sistema de videomonitoramento que hoje é de 21, mas ganhará mais oito, totalizando 29 câmeras. No Pacote de Segurança a educação é prioridade. Vamos fazer 110 mil cartilhas de Educação para o Trânsito para atingir tanto o pedestre como o motorista.
Pergunta: O que a prefeitura de Bento Gonçalves pretende fazer em relação à Fenavinho? Existe o desejo e alguma ação para dar continuidade ao evento mãe do município? Qual o formato e o período ideais na visão da prefeitura?
Resposta: A Fenavinho é uma grande marca de Bento Gonçalves, mas acredito que o modelo de hoje tem que ser repensado. Acho que o ideal é que o evento seja em janeiro e fevereiro, mas se a Fenavinho 2013 for nesse período, já estamos atrasados. Penso que a Fenavinho não deve se restringir aos pavilhões. Tem que envolver toda a cidade, como aconteceu no Bento em Vindima. Já tivemos vários modelos, agora temos que por no papel o que nós queremos. Precisamos retomar as conversas com a comunidade e os membros natos para 2013. Ainda dá para fazer, mas já estamos atrasados.
Pergunta: Gostaríamos de saber como está ordenado o cronograma de obras do Plano Máster na Funadparque. Também gostaríamos de saber como será feita a administração dos bens já existentes, incluindo o Pavilhão F, cujo financiamento da construção termina apenas em 2016.
Resposta: O projeto já foi discutido e aprovado e é um exemplo de parceria público/privada. Em breve vamos lançar o edital dessa parceria para atrair investidores. As obras previstas incluem a reestruturação dos pavilhões, a criação do Museu do Móvel, a instalação de restaurantes, do Shopping Tudo Fácil e também do Centro Administrativo. Hoje a prefeitura gasta cerca de R$ 100 mil em aluguéis. Já está previsto um sistema de transporte coletivo com passagem integrada e bilhetagem eletrônica. A Fundaparque será um ponto de convergência de serviços.
Pergunta: Que soluções globais estão previstas para a mobilidade urbana, levando em consideração grandes projetos? Existe estudo neste sentido? Tem dinheiro para isso?
Resposta: Estudo tem, dinheiro não. Contratamos uma empresa para a realização de estudos e adequações no trânsito. Também estamos estudando a abertura de novas ruas e a construção de um rodoanel. Nossa intenção é de que até outubro a carta-proposta esteja pronta para ser encaminhada ao Ministério dos Transportes.
Pergunta: Qual a posição da prefeitura em relação à emancipação ou não de Pinto Bandeira? O que a prefeitura está fazendo para defender esta posição?
Resposta: Pinto Bandeira quer voltar a ser município. Nosso erro foi antes de emancipar não ter lutado o suficiente para que Pinto Bandeira permanecesse como distrito de Bento Gonçalves. A prefeitura quer Pinto Bandeira para Bento, mas se há uma decisão judicial, a gente acata. É preciso que haja uma decisão, em primeiro lugar, em respeito à população.
Pergunta: Quais as ações do município para promover Bento como destino turístico?
Resposta: Nesse nosso modelo de trabalho, em seis anos, a cidade que está em primeiro como destino turístico, vai ficar em segundo. Dentro do planejamento turístico está previsto o investimento em diversas obras, como a revitalização de praças, a iluminação da Pipa Pórtico, a viabilização da rua coberta… Nós temos projetos aprovados em todos os ministérios. Tudo isso não é por acaso.
Pergunta: Que ação direta a prefeitura tem feito para mudar a situação das rodovias? A prefeitura lidera algum processo de busca de investimentos para a melhorias das estradas?
Resposta: Sabemos o quanto essa rodovia é perigosa. Temos um trabalho, integrando a região, para a federalização da rodovia. O Estado não tem recursos para a duplicação e outras obras. Então, todos os prefeitos de municípios por onde a rodovia passa já estiveram em Brasília com a mesma reivindicação.
Pergunta: Como está o andamento das obras do Complexo de Saúde do Trabalhador? Quando ficará pronto? Qual sua capacidade e estrutura de atendimento?
Resposta: Não é mais uma promessa, é realidade. A primeira etapa já está sendo concluída e, em seguida, começam a segunda e terceira etapas. Ao todo serão 130 leitos completamente equipados e mobiliados.
Pergunta: Como e em que prazo a prefeitura pretende reavaliar e dar solução ao atraso na aprovação de projetos por parte do Ipurb? Existe um plano ou um prazo de reavaliação ou revisão do Plano Diretor?
Resposta: Muitos dos problemas que temos hoje são reflexo de erros cometidos no passado. Por exemplo, se tivessem feito o Estudo de Impacto de Vizinhança, muitas construções seriam diferentes hoje. Nossa matriz econômica é forte em diferentes áreas. Temos que beneficiar todos os setores. Não adianta implantar loteamentos no interior e acabar com a uva. Sem uva não há turismo. Por isso estamos fazendo uma auditoria, para avaliar o que foi feito e os erros cometidos para não repeti-los de novo.
Pergunta: O que a prefeitura está fazendo para resolver o problema da construção do novo presídio, uma vez que impasses e burocracia têm impedido a definição quanto à construção de um novo presídio estadual na cidade?
Resposta: O projeto está sendo refeito para ser adequado à área. O problema é a área que não é apropriada para presídio. O projeto está adiantado e depois vai para a licitação. Em Brasília há uma verba de R$ 14 milhões destinada para a construção do presídio.
Pergunta: O que a prefeitura está fazendo para minimizar a falta de áreas industriais e incentivar a instalação de novas empresas na cidade e também a favorecer a ampliação das já existentes no município?
Resposta: Todas as áreas são pequenas e com valores muito altos. No passado, nas cidades vizinhas tinham áreas mais baratas e algumas empresas acabaram se transferindo daqui. Mas hoje, considetenado a questão da mão-de-obra e da mobilidade urbana, já não compensa mais a mudança. Temos empresas que saíram e querem voltar.
Pergunta: 2012 é ano eleitoral. O senhor é candidato à reeleição? Já existe definição quanto ao candidato a vice? Em caso afirmativo, quais os destaques de sua proposta?
Resposta: A princípio sou pré-candidato e não temos nada definido com relação aos partidos para coligação. Existem propostas, mas ainda é cedo para definições.
Reportagem: Carina Furlanetto
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