O relatório da força-tarefa instaurada pela prefeitura na secretaria municipal de Finanças a fim de averiguar o desvio de dinheiro público segue sem previsão concreta de entrega. Pelo menos é isso que se deduz diante das declarações desencontradas de membros do primeiro escalão da administração municipal.
Na última segunda-feira, dia 19, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara de Vereadores para investigar o caso, o prefeito Roberto Lunelli (PT) informou que o relatório final estaria pronto nesta sexta-feira, dia 23. Entretanto, a informação foi contestada pela procuradora-geral do município e secretária interina de Finanças, Simone Azevedo Dias. “Lunelli está equivocado”, declarou à imprensa, logo após prestar esclarecimento à CPI, horas depois do depoimento do prefeito.
Simone, que atua diretamente na força-tarefa, revela que o relatório só poderá ser concluído na metade de dezembro, devido à complexidade dos trabalhos a serem realizados. “Nada aconteceu de semelhante no Estado”, declarou.
Entenda
Na semana após as eleições, quando Olívio Barcelos de Menezes foi exonerado do cargo de secretário de Finanças, a prefeitura deu início a uma força-tarefa com o objetivo de reorganizar as contas do município. Além da procuradora-geral do município, Simone Azevedo Dias, que assumiu interinamente a secretaria de Finanças, o trabalho contava inicialmente com o apoio do ex-titular da pasta, Rômulo de Jesus Diegues de Freitas, que pouco mais de uma semana depois afastou-se do caso alegando problemas de saúde. Até o momento, está confirmado o desvio de R$ 400 mil, entretanto a insuficiência financeira do município, ou seja, o que a prefeitura está devendo, ultrapassa os R$ 30 milhões. Não significa que este dinheiro tenha sido desviado, mas que o orçamento do município divulgado por Menezes não condizia com a realidade.
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