Mãe alega que queria apenas salvar as filhas
A mulher de 24 anos de idade acusada de ter arremessado o bebê de sete meses da sacada do apartamento onde morava e de ter tentado fazer o mesmo com a outra filha, de dois anos, alegou que apenas estava tentando salvar as meninas. Ainda sedada e observada de perto pelo advogado de defesa e pelo médico, ela foi ouvida, na manhã de quarta-feira, dia 6, pelo delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), no quarto que ocupa na ala psiquiátrica do Hospital Tacchini. O crime aconteceu na última segunda-feira, dia 4, e chocou Bento Gonçalves. Durante a semana, a justiça homologou a prisão preventiva da mulher, que deverá ser encaminhada, assim que receber alta, ao Presídio Estadual de Bento Gonçalves ou a um instituto psiquiátrico. As crianças passam bem.
Em seu depoimento, a acusada relatou que o “dia do cachorro louco” motivou a atitude. “Ela alegou que sabia se tratar desse dia e que, após ouvir um barulho vindo dos fundos da residência, jogou a filha menor pela sacada a fim de salvá-la. O objetivo era fazer o mesmo com a outra menina e pular em seguida”, detalha o delegado. Segundo Becker, a acusada não explicou ao certo o que seria o “cachorro louco” e disse que agiu por medo de que algo ruim acontecesse com as filhas.
No dia do crime, o marido da acusada contou, em depoimento à delegada Isabel Pires Trevisan, que a mulher sofre de problemas psiquiátricos e que já havia sido internada pelo menos quatro vezes por surtos psicóticos. “Ela não dormia fazia dois dias e ficava perambulando pelo apartamento, bastante assustada, dizendo que sentia cheiro de morte e de sangue”, relatou. Ela teria perguntado ao marido se as filhas estavam vivas, mesmo estando com elas no colo. Segundo Isabel, o pai garantiu que a esposa nunca havia sido agressiva com as crianças antes.
Assustado com o estado de saúde da companheira, ele teria tentado interná-la, no dia anterior ao fato, levando-a ao Pronto Atendimento 24 horas (PA), mas ela foi apenas medicada e liberada. “Ele contou que pela manhã cochilou e foi acordado por um barulho. Isso foi possivelmente no momento em que a primeira menina foi arremessada e caiu no telhado. Ao ir até a sacada, ele viu o bebê caído e percebeu que a esposa estava tentando jogar a filha maior, que se segurava na grade”, conta a delegada. A versão de que a família teria procurado ajuda no PA no dia anterior ao fato foi confirmada também pela acusada, em seu depoimento no hospital.
O bebê sofreu ferimentos e permaneceu internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. Depois, apresentou melhora e recebeu alta no final da tarde de quarta-feira, dia 6. A menina mais velha não teve ferimentos e permanece sob cuidados de familiares desde o ocorrido.
Prisão
A mulher teve a prisão preventiva homologada pelo juiz, o que significa que deverá permanecer detida por, no mínimo, 30 dias. Conforme o delegado, ela deverá passar por exames que serão conduzidos pela equipe do Instituto Psiquiátrico Forense, de Porto Alegre. Especialistas produzirão um laudo apontando o real estado mental da acusada. Becker ainda explica que caberá ao juiz avaliar se a mulher será encaminhada à penitenciária ou a um instituto psiquiátrico para tratamento médico.
Reportagem: Katiane Cardoso
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