Mãe, companheira e torcedora
Uma coincidência positiva envolveu a realização de um dos sonhos da empresária Roberta Ferrari Bergamo. Esposa do jogador de vôlei Alexandre Bergamo, ela passou quatro anos no exterior acompanhando o marido em países como Itália e França, apenas um capítulo da história de amor que já dura 14 anos. “Já vínhamos falando em ter filhos, mas nada programado. Foi uma surpresa, quase um susto”, relembra Roberta.
Quando Alexandre foi contratado por um time da Turquia, em 2010, ela decidiu voltar para o Brasil. “É muito diferente do que a novela mostra, até porque ninguém fala português por lá”, detalha. Durante um ano, os encontros foram esporádicos. “O Alexandre tinha vontade de voltar há tempos, afinal, foram seis anos longe de casa”, conta. Em agosto do ano passado, o Canoas fez uma sondagem para preencher a posição de oposto – na qual Bergamo joga – e o acerto aconteceu. Foi o suficiente para o destino se encarregar do restante.
O jogador voltou ao Brasil no dia 20 de abril do ano passado. Poucos dias depois, Roberta descobriu a gravidez. “Quase não acreditei, tanto que fiz o teste de farmácia e nem contei para ele. Só fui anunciar depois do exame de sangue, que apontou que eu estava entre três e quatro semanas de gravidez. Ele havia voltado há três semanas e dois dias”, diverte-se. A empresária diz que foi uma feliz coincidência o Bernardo nascer logo depois que eles se estabeleceram de novo no Brasil. “Não fosse assim, ou teríamos que voltar ou ele teria que parar de jogar vôlei, porque crianças precisam de estabilidade”, diz Roberta, que hoje mora em Garibaldi com o marido e o filho.
Bernardo nasceu no dia 9 de janeiro, pesando 4,315kg e medindo 53cm – também pudera, o pai tem 1,98m de altura – e, aos três meses, é a expressão da tranquilidade. Segundo Roberta, o nome foi escolhido a partir de uma lista de 30 opções. “Até isso gerou indefinição. Até o último momento ficamos entre Gael, Arthur e Bernardo, mas chegou uma hora em que nos obrigamos a decidir”, revela.
“Tudo conosco é sempre muito intenso e esse é um dos motivos que gera mais insegurança. Em função da profissão do Alexandre, ou ele está muito perto ou muito longe. Passei por momentos de desespero durante a gravidez, pensando se ele conseguiria estar comigo ou não quando chegasse a hora do parto e no que viria depois”, conta Roberta. Quando o dia esperado finalmente chegou, ele conseguiu acompanhar o parto, mas precisou voltar para Canoas já no dia seguinte, quando jogou contra o RJX pela Superliga Masculina de Vôlei. “Eu pensei que, ou ele não jogaria nada, ou seria o melhor da partida depois do nascimento do Bernardo. Ele não só foi o melhor, como ganhou o troféu Viva Vôlei naquele dia”, recorda, orgulhosa. Com as equipes de vôlei em recesso, Alexandre tem ajudado nos cuidados com o bebê em tempo integral. “Agora eu sou pai de verdade. Durante a temporada é complicado. Até o final da Superliga, por exemplo, eu saía de casa na segunda-feira de manhã e voltava na terça à noite. Na quarta-feira à tarde voltava para Canoas e só tinha folga de novo no domingo”, conta o jogador.
Vinda de uma família com muitas mulheres, ela diz ter desejado um menino desde antes de engravidar. “Um neto era o sonho do meu pai e ele acabou nem conhecendo o Bernardo”, lamenta Roberta. Por enquanto, a produção para por aqui. “Pretendo ter mais filhos, mas só quando parar de me arrepiar ao ver uma mulher grávida. Até o sétimo mês foi tudo bem, mas os dois últimos foram traumáticos”, diz, hoje aos risos.
O futuro continua incerto. Desde que voltou ao Brasil, Roberta abriu uma empresa de componentes para móveis em Garibaldi, a Amma Design. “Ter o meu próprio negócio é uma segurança, mas a empresa é nova e o vôlei ainda é a nossa principal fonte de renda. Talvez quando o Alexandre se aposentar, possamos nos ocupar treinando o Bernardo. Altura suficiente ele terá, com certeza”, brinca. As definições devem acontecer até a metade do ano, quando a temporada de contratações chega ao ápice depois do recesso pós-Superliga. “A preferência é pelo Canoas em função da proximidade de casa e porque o Alexandre gostou muito de lá. O que é certo é que atuar no exterior está fora de cogitação, mas a insegurança é grande”, garante Roberta.
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