Mãe e filho foram arrastados por 60 km nas enchentes do Vale do Taquari

Elvira Polippo, de 55 anos, e seu filho, João Emiliano Salamoni, de 35, são sobreviventes

Mãe e filho foram arrastados por 60 km nas enchentes do Vale do Taquari
Foto: André Liziardi

Elvira Polippo, de 55 anos, e seu filho, João Emiliano Salamoni, de 35, são sobreviventes da enchente do Vale do Taquari. Eles relatam que foram arrastados por 60 kmda própria casa, em Cruzeiro do Sul — que sucumbiu à força das águas e desmoronou —, até a cidade vizinha de Taquari.

“A casa caiu toda. Em cinco segundos, a gente tava no meio do rio”, relata João ao site g1 RS.

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Ambos contam que voluntários de barco os resgataram após cinco dias na localidade de Beira do Rio, na cidade vizinha de Taquari. O marido de Elvira, e pai de João, no entanto, segue desaparecido.

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“Ficamos com uma dor grande, que eu não consegui achar o meu pai ainda, né? A gente não sabe se tá vivo ou não. Esse é o vazio que ficou em nós. Mas Deus foi grande com a gente”, agradeceu João Emiliano.

Casa levada

A família morava em uma casa de dois pisos. João, recém se recuperando de uma cirurgia, estava no andar de cima quando percebeu que a água do rio começava a invadir a residência. O casal e o filho, juntos com um cachorro de estimação, conseguiram abrir um buraco no forro, e subiram no telhado, para tentar se salvar.

Do forro, João percebeu que um galpão vizinho havia desmoronado, e as madeiras bateram na casa. “A casa deu uma tremida. Depois disso, levou em torno de três segundos pra começar a desmoronar”, conta.

Elvira e João se agarraram em destroços da casa e galhos. Perderam o pai de vista. “Aquela casa descendo o rio era uma bala. Porque, quando a casa desceu, eu me agarrei nas telhas e me agarrei nele”, diz Elvira.

A mulher conta que a casa afundou na água. “A casa deu meio que uma mergulhada. Umas três a quatro vezes, a gente tomou água, porque ela bicava e afundava”, conta a mãe.

Quando viram uma área coberta por entulhos e galhos, João decidiu tentar se estabilizar lá. “Pensei ‘é a nossa última chance de sair vivo'”, relata.

Por cinco dias, mãe e filho se alimentaram de laranjas e nozes que encontraram próximo dos destroços onde conseguiram parar. Resgatados por um grupo de voluntários, eles foram levados ao Hospital São José, onde receberam tratamento médico e psicológico, até receberem alta e serem abrigados na casa de familiares.

Fonte: g1 RS

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