Mãe injetava leite no soro do menino Eduardo

Foi concluído o laudo técnico solicitado pela Polícia Civil para detectar qual substância provocou sintomas falsos de leucemia no bento-gonçalvense Eduardo Borges Stringhi, de sete anos de idade. A análise apontou que o garoto estava recebendo leite misturado à medicação injetada na veia. A principal suspeita de ter aplicado o líquido é a mãe do menino, que foi indiciada por tentativa de homicídio e responde ao processo em liberdade. A história foi noticiada em primeira mão pelo SERRANOSSA em setembro do ano passado e ganhou repercussão nacional.

A conclusão do laudo será anexada ao processo que indicia a mãe por tentativa de homicídio com qualificadores por uso de meio cruel e por não ter dado chance de defesa à vítima. A acusação foi conduzida, ainda em novembro do ano passado, pela 1ª Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (1ª DHD) de Porto Alegre. 

Segundo o delegado responsável pelo caso, Cléber dos Santos Lima, conforme o que foi apurado durante as investigações, a  suspeita sofre de Síndrome de Munchausen por Procuração, uma doença psiquiátrica que ocorre quando uma pessoa, de forma persistente ou intermitente, produz, fabrica, simula ou inventa, intencionalmente, sintomas em outra, fazendo com que esta seja considerada doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-a em risco e em situação que requeira diagnóstico e tratamento. A mãe chegou a ser internada em uma clínica psiquiátrica de Caxias do Sul logo após o episódio, mas recebeu alta e responde ao processo em liberdade.

Relembre o caso

Eduardo permaneceu cinco meses internado em um hospital de Porto Alegre no ano passado. O diagnóstico dos médicos apontou sintomas de leucemia. O caso mobilizou a comunidade no mês de agosto, quando foi realizada campanha para encontrar um doador de medula óssea compatível, já que o transplante teria sido apontado pelos especialistas como a única esperança de sobrevida para o garoto. Dias antes da realização da campanha de doação, a mãe do menino foi afastada do hospital, após suspeita das enfermeiras e dos médicos que acompanhavam o caso de que a mulher estaria injetando substâncias no soro do garoto. Depois do afastamento da mãe, o estado de saúde de Eduardo melhorou e ele recebeu alta. Hoje leva uma vida normal sob tutela provisória do pai e da madrasta.

A possibilidade de exumação do corpo do irmão caçula de Eduardo, que faleceu em 2010 com sintomas semelhantes, aos quatro anos de idade, foi descartada pela polícia. Segundo o delegado responsável pelo caso, não há motivo legal para o procedimento já que o atestado de óbito apontou a causa da morte como sendo natural.

Reportagem: Carina Furlanetto

 

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