De volta, desde 2013, ao comando da Banda Municipal, carinhosamente chamada de “A furiosa”, o maestro Alves Rossatto será condecorado em 2015 com a Medalha do Mérito Cultural Oscar Bertholdo. A homenagem foi aprovada recentemente na Câmara de Vereadores, e deverá ser entregue quando os trabalhos legislativos forem retomados no próximo ano, possivelmente em fevereiro.
Em casa, no Barracão, onde também mantém um estúdio completo, Rossatto se recupera de uma cirurgia e diz que o reconhecimento terá mais valor se incentivar jovens de Bento Gonçalves a participarem das atividades musicais e, no futuro, dar continuidade ao trabalho do grupo. “A cultura ainda mexe pouco com as pessoas, tem que dar uma sacudida, chamar mais atenção”, afirma.
Aos 75 anos, ele diz que ainda está “a mil” e conta que a entrega da medalha será acompanhada de uma apresentação da banda. Na busca por novos talentos para perpetuar o trabalho da “Furiosa”, o maestro dá aulas semanais em oficinas gratuitas na Fundação Casa das Artes. “Nem todos continuam com a gente, alguns acham que não conseguem aprender, mas os que ficam mostram que isso tudo sempre vale a pena”, avalia.
Histórico
O maestro iniciou seus estudos musicais no começo da década de 1960. Pouco tempo depois, em 1966, com a morte de seu professor, Alfredo Fritoli, liderou sua primeira banda, a Santa Cecília.
Dois anos depois, fundou a Banda Bentalves, do Barracão e, em 1969, também assumiu a Banda Marcial do Colégio Aparecida. Somente em 1972, Rossatto, que antes desempenhava trabalhos voluntários, foi contratado pela prefeitura para coordenar a Sociedade Musical Bento Gonçalves, mantenedora da Banda Municipal. No ano de 1979, ele ainda teve o prazer de atuar em parceria com o próprio padre Oscar Bertholdo, considerado um dos maiores poetas contemporâneos do Estado, na composição de um arranjo para a música “Canção da Fenavinho”. Depois de vários trabalhos pelo Rio Grande do Sul na década de 1980, em 1995, ele fundou a Banda Marialves, de Pinto Bandeira. Em 2013, voltou a liderar “A furiosa”.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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