Mais da metade das licitações da prefeitura é vencida por empresas de fora

Nos últimos quatro meses, dos mais de R$ 43 milhões contratados pela prefeitura mais de R$ 36 milhões foram para empresas de fora da cidade. No Legislativo, dos mais de R$ 685 mil investidos em produtos e serviços no último quadrimestre, apenas R$ 15 mil foram destinados a empresas locais

Medo de não receber, não saber como participar, não ficar sabendo dos editais, muita burocracia, não possuir responsável capacitado e falta de tempo são alguns dos motivos apontados por empreendedores de Bento Gonçalves para não participarem das licitações promovidas pelos Poderes Executivo e Legislativo da cidade. Levantamento apresentando pelo Observatório Social local aponta que nos últimos quatro meses, das 161 licitações promovidas pela prefeitura, apenas 52 foram vencidas por empresas da cidade, contra 68 de fora. Observatório explica que uma mesma empresa pode vencer mais que uma licitação ou lote.


Dos R$ 43.228.176 comprados pela prefeitura em produtos e serviços, R$ 36.883.478 foram para empresas de fora da cidade. Já em licitações feitas pela Câmara de Vereadores, no mesmo período, dos R$ 685.617, apenas R$ 15.151 foram destinadas a empresas locais.

De acordo com a secretária de finanças de Bento Gonçalves, Lisiane Schenatto, a prefeitura deve implementar em breve novas ações para atrair fornecedores locais. “Estamos criando mecanismos para que o comércio local tenha interesse em participar mais de nossos certames. Um deles é a divulgação em mídias sociais além dos canais obrigatórios de jornais”, pontua ela. Cabe ressaltar que as licitações são publicadas no Jornal do Comércio e não em periódicos locais.

A secretária explica que está sendo realizada uma reestruturando do setor de compras da prefeitura com processos agrupados por similaridade de objetos. “Além disso, estamos programando minicursos, treinamentos destinados ao comércio local, demonstrando que, embora burocrático, em se verificando o que o Edital solicita com antecedência, as empresas terão tempo para se preparar. A legislação não permite a restrição de limite geográfico para contratar”, pontua.

O Observatório Social trabalha para que as empresas locais participem mais dos certames. “Além de lucratividade é uma oportunidade de novos negócios e de fazer a economia local aquecer. Hoje existem programas que informam sobre licitações, que fornecem capacitação e, infelizmente, a burocracia se faz necessária para transparência do certame”, explica a diretora do Observatório, Aiala Premaor.