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Mais de 6 mil fiéis passaram pelo Santuário na 145ª Festa de Santo Antônio de Bento

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O interior do Santuário ficou pequeno para tantos devotos: mais de 550 pessoas estiveram presentes em cada missa, totalizando mais de 2,2 mil pessoas

Fotos: Suellen Krieger e Lucas Marques

As baixas temperaturas registradas ao longo da terça-feira, 16/05, não foram impedimento para que centenas de fiéis deixassem de demonstrar sua fé e devoção à Santo Antônio, padroeiro de Bento Gonçalves. A data foi marcada pela celebração dos 145 anos da chegada de um quadro do santo, trazido pelo padre Giovani Menegoto.

A 145ª Festa de Santo Antônio teve como lema “Pelas mãos de Santo Antônio partilhamos o pão da paz”, inspirado na temática da Campanha da Fraternidade 2023, que refletiu sobre “Fraternidade e fome”.

O dia foi marcado pela alvorada festiva, com o toque dos sinos no Santuário Diocesano de Santo Antônio e nas comunidades, além de uma grande programação que contou com cinco missas, sendo uma delas realizada – mesmo com chuva – ao lado externo do Santuário. Também ocorreu o tradicional almoço de confraternização.

Instalada ao largo da igreja, a imagem que reproduz o Santo Antônio em madeira era ponto de encontro para agradecimentos e orações. Além disso, ao lado externo do Santuário, a comunidade recebia bênçãos individuais de freis franciscanos.

O interior do Santuário ficou pequeno para tantos fiéis: mais de 550 pessoas estiveram presentes em cada missa, totalizando mais de 2,2 mil pessoas. Ao longo do dia, mais de seis mil devotos passaram pelo Santuário Santo Antônio.

Um dos diferenciais desta edição foram os tradicionais pãezinhos de Santo Antônio, que ganharam uma novidade em 2023: o “carimbo” com o rosto do Padroeiro e do Menino Jesus. Ao todo, foram distribuídas 38 mil unidades.

Contudo, o momento mais esperado das celebrações foi Padroeiro de Bento Gonçalves, foi a missa das 15h, com a presença do bispo da Diocese de Caxias do Sul, Dom José Gislon. A celebração aconteceu em frente ao Santuário Santo Antônio.

Em sua mensagem inicial, o bispo Dom José Gislon colocou suas intenções, por intercessão de Santo Antônio, ressaltando colocar no altar, a vida com todas as suas diferentes realidades.

“Trago no altar do Senhor, a vida de todos vocês, o povo de Deus desta cidade, os devotos de Santo Antônio, os festeiros que se dedicaram para concretizar estes festejos, os doentes, os jovens e os desempregados. Diante da ternura e do amor de Santo Antônio para com Jesus, queremos colocar no altar a vida com todas as suas realidades”, afirmou.

Devido à chuva, a procissão com a imagem de Santo Antônio, marcada para acontecer logo após a última missa, foi cancelada. Entretanto, o Santuário ficou lotado de devotos, além de diversos padres, religiosas, ex-festeiros e lideranças.

O Prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, presente na 145ª Festa de Santo Antônio, ressaltou que essa é a maior festa religiosa de Bento Gonçalves e o quão bonito é ver toda população envolvida na festividade.

“A gente vê todo mundo sendo abençoado, todo mundo buscando a benção, todo mundo buscando a nossa religião e, obviamente, é muito importante para todo cidadão. A gente está aqui para comemorar, valorizar toda essa grande festividade e agradecer a todos os padres, a toda comunidade religiosa também”, afirmou.

O Deputado Estadual por Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, destacou o sentimento de alegria de, por mais uma oportunidade, fazer parte da festa e do renovar de bênçãos.

“Sou devoto e sei o quanto que Santo Antônio abençoa nosso município e aqueles que aqui vivem. Então, é um momento de renovação e de pedido e o meu pedido eu externo a todos: é saúde para nossa família, para nossos amigos, para todos aqueles que aqui vivem, esse é o meu pedido”, frisou.

Alexandre Faccin, que ao lado da esposa Simone Paese Faccin, forma o casal coordenador da 145ª Festa de Santo Antônio, ressaltou a importância da fé na vida das pessoas.

“Nos momentos em que estamos de bem com a vida parece não ser necessário, mas nos momentos das nossas dificuldades, das nossas provações, se não tivermos fé, acaba vindo o desespero, então, essa festa demonstra que nossa comunidade de Bento Gonçalves adora, ama Santo Antônio e está aqui para homenagear esse santo querido”, disse.

Além disso, Faccin ressaltou o engajamento de toda comunidade que, de alguma forma, se envolveu nos preparativos da festa.

“Nós festeiros somos uma unidade, mas têm várias outras equipes trabalhando voluntariamente desde semana passada, os freis fazendo as bênçãos, os CLJ carimbando os pães, as padarias nos doando esses pães, enfim, é uma integração, são muitas pessoas envolvidas nesse trabalho, que nos dá alegria, porque fizemos uma festa para o povo e o povo está aqui conosco hoje”, afirmou.

Legado de Santo Antônio: a caridade

Em entrevista coletiva, o bispo da Diocese de Caxias do Sul, Dom Frei José Gislon, ressaltou que Santo Antônio tem uma marca muito forte na realidade da Serra Gaúcha e de Bento Gonçalves, principalmente, devido aos antepassados, sendo popular em todo o país.

“Os nossos antepassados, quando trouxeram essa devoção, trouxeram a partir de uma experiência de vida, de comunidade, de fé, daquela região do norte da Itália, uma realidade marcada pela fome, pela pobreza e Santo Antônio sempre com esse espírito da providência de Deus, do pão partilhado, da caridade, se tornando realidade pela força do evangelho, e por isso essa marca”, pontuou.

O bispo também ressaltou que Santo Antônio sempre foi um santo que olhou muito para questão da caridade.

“Santo Antônio é fruto de uma realidade onde tinha muita pobreza, onde poucas pessoas tinham muito e muitos não tinham nada, tinham muitas famílias numerosas, muitas crianças que morriam de fome por falta de caridade, muitas mães abandonadas com seus filhos. Ele, justamente no uso da palavra de Deus, tocou o coração das pessoas, motivando as pessoas a praticarem a caridade”, destacou.

Por fim, o bispo destacou que a popularidade de Santo Antônio decorre da vivência que ele teve, de ter conseguido levar a mensagem do evangelho, de ter tocado o coração. “Por isso se perpetuou ao longo de mais de 800 anos os ensinamentos dele”, afirmou.

Tradicionais pãezinhos do Santo

Uma das tradições mais antigas da devoção a Santo Antônio é a bênção e distribuição dos pãezinhos.

Neste ano, a Paróquia Santo Antônio distribuiu sete mil pãezinhos nos dias anteriores à festa, que foram abençoados em cada noite da Trezena, além de 38 mil pãezinhos nas celebrações do Dia Festivo, abençoados às 06h30min pelo pároco, padre Volmir Comparin. Também foram entregues nas visitas, aos pacientes do Hospital Tacchini e aos encarcerados da Penitenciária.

Maior alcance da história pelas redes sociais

Segundo a Paróquia Santo Antônio, todas as missas foram transmitidas pelas redes sociais, onde milhares de pessoas puderam celebrar o momento de devoção de suas casas.

Ao todo, mais de 500 mil pessoas foram alcançadas pelo conteúdo online produzido com a temática dos festejos, bem como as transmissões da Trezena e demais ações alusivas à 145ª Festa.

Somente a Missa das 18h do Dia Festivo foi assistida, simultaneamente, por 1,2 mil aparelhos pelo Facebook, YouTube e Instagram da paróquia.

História de Santo Antônio

Santo Antônio e Fernando Antônio de Bulhões, seu nome de nascença, nasceu em Lisboa, município de Portugal, em 15 de agosto de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões e de Tereza Taveira.

Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido. Ainda jovem, foi para a escola em Coimbra e entrou para a ordem de Santo Agostinho, quando foi ordenado sacerdote.

A fama de Santo Antônio já era conhecida em Portugal, devido ao despojamento e santidade dele. Foi quando se tornou frade fransciscano que Fernando assumiu o nome de Antônio, em homenagem ao Santo Antão.

Na Itália, conheceu pessoalmente São Francisco de Assis, que o autorizou a ensinar teologia aos frades franciscanos em Bolonha. Antônio se dedicou à pregação entre o povo, em diversos lugares da Itália e do sul da França.

O santo morreu em 13 de junho de 1231 em Pádua, onde escolheu transcorrer a última fase da existência terrena. Santo Antônio foi canonizado aos 30 de maio de 1232, menos de um ano após a própria morte. A santidade e os milagres operados em vida convenceram a Igreja a fazer tal operação.

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