Mais de 6 mil pessoas aguardam na fila por cirurgia eletiva, em Bento Gonçalves

Secretário de Saúde, Gilberto Souza Junior, afirma que a demanda é alta devido aos dois anos em que o serviço ficou paralisado no município, devido a pandemia de COVID-19

Foto: Ministério da Saúde/Divulgação

Atualmente, a fila de cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS) é de aproximadamente 679.188 procedimentos, segundo dados de 19 unidades da federação fornecidos ao Ministério da Saúde.

Tacchini
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Em Bento Gonçalves há 6.431 pessoas na fila para cirurgia eletiva. De acordo com o secretário de Saúde, Gilberto Souza Junior, as maiores demandas são: ortopedia: 2.409; otorrinolaringologia: 1.060; cirurgia geral: 825 e cirurgia vascular: 648.

Para suprir a demanda, o secretário afirma que no ano passado, o município realizou um investimento na compra desses procedimentos, em quatro hospitais diferentes, em modalidade de chamamento público, onde foram atendidos 1.200 pacientes.

“Temos projeções em aumentar o quantitativo de procedimentos ao longo do ano e estamos aguardando a finalização do nosso bloco cirúrgico para minimizar as filas de pacientes aguardando”, garante.

O chefe da pasta também salienta que a demanda está grande devido aos dois anos em que o serviço ficou parado, durante a pandemia de COVID-19, quando só eram realizadas cirurgias em caráter de urgência.

Um idoso, de 66 anos, que preferiu não ter o nome divulgado na reportagem, está na fila de espera desde 2019, quando realizou o primeiro encaminhamento para realizar uma cirurgia dos olhos. O paciente não enxerga de um olho e foi diagnosticado com catarata no outro.

Esse mesmo paciente, também aguarda, desde fevereiro de 2021, para realizar uma cirurgia de hérnia. “Ele está muito triste e angustiado com a situação, porque não consegue fazer o trabalho do dia-a-dia, pois sente dor abdominal”, afirma a filha do idoso.

Ações do Ministério da Saúde

Para reduzir estes números, o Ministério da Saúde anunciou, no dia 26 de abril, que fará o repasse de R$ 600 milhões a estados e municípios para redução de filas para cirurgias eletivas.

A ideia é destinar R$ 200 milhões enquanto os estados elaboram diagnóstico das filas e metas de redução da espera pelas operações. Essa primeira parcela do recurso será entregue com a aprovação do diagnóstico enviado pelos estados. Depois da aprovação desses planos, o Ministério da Saúde deve enviar o resto da verba até junho.

Os estados e municípios ficaram responsáveis por enviar informações dos procedimentos represados e as prioridades. Dessa forma, o Ministério da Saúde terá um diagnóstico preciso da situação no Brasil.

A medida é a primeira parte do Programa Nacional para Redução das Filas, uma das prioridades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No segundo semestre do ano, o ministério deve anunciar repasses direcionados especificamente para redução de exames de diagnóstico.

Como parte do esforço para reduzir a fila de cirurgias eletivas, as secretarias de saúde estaduais e municipais planejam realizar 277.685 cirurgias com os recursos liberados pelo Programa Nacional de Redução de Filas, lançado pelo Ministério da Saúde.

Além da verba do programa, o governo e os entes federados contam com recursos de custeio de cirurgias, transferidos de forma regular pelo Ministério da Saúde, além de fonte própria de estados e municípios para tentar diminuir o tempo de quem espera por uma cirurgia eletiva no país.

Os estados que já tiveram seus planos aprovados pela pasta e receberam recursos do Programa Nacional de Redução de Filas são: Rio Grande do Sul, Tocantins, Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Piauí, Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Santa Catarina, Bahia, Paraíba e Goiás.

No Brasil, as cirurgias mais requisitadas são de catarata, abdominal, ortopédica, de aparelho digestivo e hérnia.

“Além das cirurgias oncológicas que não são em grande volume, mas o tempo conta muito contra as pessoas nessa situação. Em cada lugar estamos reavaliando contratos, ver o que a gente pode ajudar com recursos nossos porque o câncer é uma prioridade no país”, afirmou o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior.

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