Marcel van Hattem aciona MPF e PF contra delegados da própria Polícia Federal

Deputado Federal Marcel van Hattem aciona MPF e Polícia Federal contra delegados que o investigaram com base em provas falsas no caso Filipe Martins

Marcel van Hattem aciona MPF e PF contra delegados da própria Polícia Federal.
Marcel van Hattem: é grave o uso político de órgãos de investigação. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS) protocolou nesta quinta-feira (16) duas representações: uma na Procuradoria da República no Distrito Federal e outra junto à Direção-Geral da Polícia Federal. Ele solicitou a investigação e a responsabilização de três delegados da PF por suposta denunciação caluniosa e abuso de autoridade.

As medidas ocorreram após o CBP (U.S. Customs and Border Protection), órgão de controle de fronteiras dos Estados Unidos, confirmar oficialmente que Filipe Martins nunca entrou no país em 30 de dezembro de 2022 — data usada como base para sua prisão no Brasil e para a abertura de inquéritos que atingiram o próprio parlamentar. Além disso, o comunicado do órgão norte-americano, divulgado em 10 de outubro de 2025, classificou o registro como “errôneo” e “fraudulento”, condenando o uso indevido da informação por autoridades brasileiras.

Marcel van Hattem foi investigado pela Polícia Federal por uma fala feita da tribuna da Câmara dos Deputados, durante sessão plenária, na qual denunciou abusos de autoridade cometidos por agentes públicos. Segundo o deputado, mesmo amparado pela imunidade parlamentar prevista no artigo 53 da Constituição Federal, que protege manifestações proferidas no exercício do mandato, ele acabou sendo alvo de um inquérito por injúria e denunciação caluniosa em razão de suas declarações. Agora, com a comprovação de que a investigação se baseou em informações falsas, Marcel classifica o caso como um grave atentado à liberdade de expressão e às prerrogativas do Poder Legislativo.

Diante dessa confirmação, Marcel apresentou notícia-crime contra os delegados Fábio Alvarez Shor, Marco Bontempo e Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira, acusando-os de instaurar indevidamente o inquérito policial nº 2024.0093721 contra ele, com base em dados sabidamente falsos.

Segundo o deputado, os três delegados sabiam da inexistência da viagem de Filipe Martins, mas mesmo assim mantiveram relatórios e representações que deram origem à investigação.

Além da representação criminal, o parlamentar protocolou também pedido de instauração de investigação administrativa na Polícia Federal, para que os mesmos delegados respondam por infrações funcionais previstas na Lei nº 15.047/2024, que rege o regime disciplinar da PF.

Para Marcel, o episódio evidencia “a gravidade do uso político de órgãos de investigação” e demonstra que “a verdade, ainda que demore, sempre prevalece”. O deputado reforça que continuará adotando todas as medidas legais cabíveis, “para que os responsáveis sejam punidos e para que o abuso de poder jamais se normalize em nosso país”.

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