Máscaras de tecido continuam sendo recomendadas à população, esclarece infectologista

A discussão sobre a eficácia de máscaras de tecido contra a COVID-19 voltou a ser pauta em diversos lugares do mundo no início deste ano, quando alguns países europeus passaram a exigir o uso daquelas profissionais. A França, por exemplo, proibiu as máscaras caseiras, com exceção àquelas de tecido feitas de acordo com padrões específicos. O argumento é que os modelos caseiros não oferecem a proteção necessária contra as novas variantes do Coronavírus, consideradas mais transmissíveis. 

No Brasil, o receio do contágio diante das novas cepas, e os exemplos dos países europeus, levaram algumas pessoas a optarem pelas máscaras profissionais, as quais comprovadamente oferecem maior proteção. Entretanto, a infectologista do Hospital Tacchini, Nicole Golin, ressalta que as máscaras de tecido continuam sendo eficientes e recomendadas para a população em geral. “As máscaras caseiras limitam, em muito, a emissão de gotículas que saem da boca quando falamos. Quando duas pessoas se comunicam e ambas utilizam máscara, cria-se uma proteção dupla”, esclarece.

A infectologista confirma que as máscaras N95 e PFF2 são mais seguras, protegendo contra mais de 95% dos aerossóis, “partículas menores que ficam suspensas no ar quando espirramos, além das gotículas”, explica Nicole. Entretanto, o receio está no desabastecimento desses produtos no mercado. “Esses são equipamentos de proteção usados por profissionais de saúde. A procura em larga escala pode provocar sua escassez”, ressalta. 

Com isso, fora do ambiente hospitalar, a infectologista esclarece que as máscaras N95e PFF2 são recomendadas apenas para pacientes imunodeprimidos ou para pessoas que precisem frequentar locais fechados com grande concentração de pessoas. “Para a população em geral, as máscaras de tecido seguem sendo eficientes, principalmente se tiverem camada dupla ou tripla”, afirma. “É importante manter um processo adequado de lavagem, conservação e trocá-la sempre que estiver úmida para manter alto o poder de vedação delas”, reforça Nicole. 

Uso de máscaras após a vacinação

Nos Estados Unidos, o uso de máscara não é mais obrigatório para as pessoas que já estão com o esquema vacinal completo. O mesmo já tem sido observado em outros locais do mundo, onde a vacinação também está avançada. Entretanto, a infectologista Nicole Golin alerta que, no Brasil, onde apenas 11% da população já está com a 1ª e a 2ª dose da vacina, o uso de máscaras ainda é fundamental como medida de proteção e prevenção individual e coletiva. “Acima dos 80% da população imunizada teremos consolidada a imunização de rebanho e poderemos, com cuidado, pensar em abandonar o uso de máscaras”, comenta. 
 

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também