Máscaras são indicadas somente para pessoas com sintomas gripais e profissionais da saúde, alerta médica

O uso de máscaras diante da pandemia do novo Coronavírus tem sido alvo de confusão em todo o mundo, já que muitas pessoas acreditam estarem mais seguras ao circular com o material. A médica pneumologista Lilian Rech Pasin Jacobi esclarece que as máscaras cirúrgicas brancas, mais comuns, utilizadas em geral por profissionais de saúde, devem apenas ser usadas em época de endemias por pessoas com sintomas gripais. “Pessoas doentes, que tenham tosse, febre, secreção, nasal, dor de garganta, dor de cabeça têm indicação do uso da máscara. Nesse sentido, vale tanto as compradas, quanto essas que estão sendo confeccionadas por voluntários – verdadeiros anjos. Além de pessoas com sintomas gripais e profissionais da saúde, não há indicação do uso de máscara por nenhuma outra pessoa”, alerta.

 


 

Além da utilização de máscaras, a doutora ressalta que a principal recomendação para pacientes com sintomas gripais é manter o isolamento domiciliar pelo período de 14 dias. “A gente sabe que pode ter o fator de transmissão [do Coronavírus (COVID-19)] mesmo sem sintomas. Por que 14 dias? Porque o período de transmissibilidade é maior. Quando nós temos secreção, nasal, febre e tosse, por exemplo, o período de incubação é de cinco a sete dias, podendo levar até 14 dias”, orienta.

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A fim de estender a durabilidade das máscaras NR95, exclusivas para quem lida com pacientes ligados ao Coronavírus, os profissionais têm utilizado aquelas mais simples como proteção. “Normalmente, os profissionais de saúde utilizam uma máscara por um período de algumas horas, no máximo de um dia. Agora estamos nos vendo obrigados a estender esse uso o máximo que der em função da falta no mercado. A troca é recomendada quando, por exemplo, a máscara começa a ficar úmida por dentro. Estamos fazendo isso com o respaldo da literatura e da Sociedade de Infectologia, para aumentar a durabilidade da NR95, que pode ser usada por até 30 dias, salvo exceções como a questão da umidade interna ou algum outro motivo”, detalha.

Essa nova utilidade das máscaras mais simples tem tornado o trabalho de centenas de voluntários ainda mais relevante no município. A coordenadora da saúde bucal, Giovana de Bacco, responsável pela organização desse trabalho voluntário, afirma que há cerca de 200 pessoas envolvidas no processo de confecção de máscaras e jalecos. “Essas máscaras que produzimos são especiais para pessoas sintomáticas e equipes de saúde que não têm contato direto com pacientes infectados. Mas na falta da máscara ideal, esses materiais fabricados pelos voluntários também estão sendo utilizados para prolongar o uso da NR95”, reitera. 

Devido à importância do trabalho, Giovana solicita o auxílio de empresas que possam emprestar seus equipamentos para uma produção em escala – e não mais doméstica como vinha sendo feita. “Se você tem empresa com estrutura para nos ajudar (máquinas de costura e costureiras), por favor, entre em contato conosco. Nosso trabalho não pode parar. 99115 7991”, solicita.

“Essas máscaras que estão sendo confeccionadas pelos voluntários podem ser usadas com tranquilidade e vêm bem a calhar em momentos de incerteza como esse que estamos vivendo”, finaliza a doutora Lilian.

Foto: Ashkan Forouzani/Unsplash

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