Material escolar: variação de preço chega a 731%

Embora a maior parte das instituições de ensino inicie as aulas apenas no mês de fevereiro, muitos pais já estão aproveitando o período para a compra do material escolar. Para auxiliar na tarefa de economizar, o Procon de Bento Gonçalves realiza anualmente a tradicional pesquisa de preços. A análise deste ano verificou o valor de 28 itens básicos solicitados pela escola em cinco papelarias e leva em consideração o menor valor disponível em cada estabelecimento, independente da marca do produto. 

O levantamento revelou que um mesmo item pode variar até 731% de um estabelecimento a outro. Apesar disso, o gasto médio está mais barato neste ano do que em comparação ao ano anterior: 15 produtos estão com os preços mais em conta em 2017. Entre os itens relacionados os que apresentam maior diferença entre as lojas estão caderno 10×1 Capa Dura Espiral (com preços de R$ 4,99 até R$ 19,90), canetinha 12 cores (com preços de R$ 3,99 até R$ 13,25) e lápis de cor com 12 unidades (com preços de R$ 2,10 até R$ 17,45, uma variação de 731%).

Se a compra foi efetuada no estabelecimento onde a soma dos produtos é mais em conta, o consumidor gastaria R$ 64,85, metade do valor que seria desembolsado para adquirir a mesma lista onde a soma é mais expressiva: R$ 130,32. Entretanto, se a opção for pela economia de preço, não comprando todos os materiais em uma única papelaria, e adquirindo apenas os itens mais baratos, o gasto cairia para R$ 50,42. Em 2016 foram pesquisados os mesmos 28 itens, porém em sete pontos, e a aquisição somente dos produtos com melhor valor totalizava R$ 55. 

O coordenador do Procon, Maciel Giovanella, destaca que é importante que os pais atentem para a lista fornecida pelas escolas. "Não podem constar itens de uso coletivo, como papel higiênico, produtos de limpeza coletiva, tinta de impressora ou toner. Estes materiais devem ser fornecidos pela escola", frisa.

Supermercados 
Além das lojas especializadas, o setor de papelaria dos supermercados também divide a preferência dos consumidores na hora de comprar o material escolar. Segundo pesquisa feita pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) junto aos associados, a expectativa dos empresários do setor é de um crescimento real de 5,1% nas vendas de material escolar, na comparação com o mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com os supermercadistas ouvidos pela Agas, 40% das vendas de volta às aulas ocorrerão em janeiro, e 60% em fevereiro.

Conforme os números da pesquisa, os itens de papelaria estão em média 6% mais caros neste ano, na comparação com o período de volta às aulas de 2016. 

O carro-chefe das vendas do deve ser o caderno – pelo nono ano consecutivo o item mais procurado nas lojas do setor. “Os cadernos com personagens e super-heróis do momento podem custar até 40% a mais que os produtos convencionais, devido à licença. Quem optar por cadernos sem as temáticas com estes ícones, certamente irá economizar”, destaca o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.

Cerca de 20% dos itens de volta às aulas vendidos deverão ser oriundos de fábricas gaúchas. Na média, as vendas de papelaria deverão representar cerca de 1,6% das vendas dos supermercados gaúchos no mês de fevereiro. Segundo a pesquisa, nove em cada 10 supermercados farão promoções especiais de material escolar nas próximas semanas. Quanto aos meios de pagamento, as compras à vista deverão dar o tom do consumo de volta às aulas em 2017: mais de 58% das vendas do setor deverão ser realizadas com dinheiro ou cartão de débito. “É um momento em que o consumidor está evitando o endividamento”, salienta o presidente da Agas.