O bento-gonçalvenseMauricyJacobs, que treinou o time feminino do Bento Vôlei de 1999 a 2008, assumiu em julho o cargo de diretor técnico ou, em bom espanhol, “jefe técnico” de seleções de base do Uruguai. Além disso, ele também se tornou comandante das seleções femininas Sub-23 e adulta do país. Sua missão não é nada simples: reestruturar e atualizar o trabalho dos técnicos, além de observar novos valores do esporte em clínicas promovidas por todo o país.
Ele faz parte de um projeto de massificação e qualificação do esporte, capitaneado pela Confederação Sul-Americana de Voleibol (CSV), que já designou profissionais brasileiros também para países como Colômbia, Porto Rico e República Dominicana. Seu contrato inicial vai até dezembro deste ano, mas o plano da CSV e da Federação Uruguaia de Voleibol (FUV) é completar o ciclo nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, sempre com contratos anuais. “Meu maior desafio é melhorar a estrutura de trabalho das seleções. Nisso entra implantar o trabalho físico, aumentar a carga de treinamentos semanais, manter as seleções treinando o ano todo e tentar unir os técnicos para que trabalhem juntos pelo crescimento do esporte no país”, resumiu.
De acordo com o bento-gonçalvense, os clubes uruguaios treinam somente duas ou três vezes por semana e o trabalho físico não existe. Nas seleções, os atletas se reuniam para treinar apenas 15 dias antes de qualquer competição internacional e, por vezes, apenas nos finais de semana. “Não existem competições nacionais organizadas, só algumas ligas regionais. O país está dividido entre capital e interior, não existe integração. O que estou fazendo é formar seleções permanentes, que treinem o ano todo, inclusive durante a semana”, descreve. O técnico quer ainda realizar intercâmbio técnico de seleções, com amistosos pelo Brasil e Argentina.
Sua primeira competição internacional como técnico uruguaio será o Pan-Americano Sub-23, em setembro, no Peru. Ainda neste ano, Mauricy tem outras quatro competições intercontinentais pela frente. Mas o objetivo do técnico é a médio e longo prazo. “Queremos subir uma posição no ranking Sul-Americano a cada ano, até 2016. Aí estaremos entre os grandes”, prevê.
Sacada Uruguaia
Outra missão de MauricyJacobs será massificar a prática do voleibol entre as crianças. Para isso, ele busca inspiração no projeto Sacada Solidária, do Bento Vôlei, que atende cerca de 600 crianças em seis núcleos espalhados pela cidade. Além de fornecer cursos de técnico níveis 1 e 2, ele pretende criar escolas de minivoleibol para, pelo menos, 500 crianças de até 12 anos, visando popularizar o esporte. “Vamos aparelhar os professores e técnicos e levar muitas crianças a praticar o voleibol no país”, promete.
Experiência internacional
Esta não é a primeira vez que MauricyJacobs trabalha fora do Brasil. Na temporada 2008/2009, ele comandou as mulheres do CD Ribeirense, de Portugal, por quem foi campeão da Taça de Portugal, vice-campeão nacional e alcançou as oitavas de final da Copa Europeia de Clubes. No retorno ao Brasil, levou o time feminino do Bento Vôlei para excursões no Uruguai. Ao sair do país, em ambas as vezes com o título, o técnico passou a ser observado pelos dirigentes do país vizinho, que aproveitaram o projeto da CSV para convidá-lo a assumir o cargo.
Reportagem: Alexandre Brusa
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