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Médica de Bento esclarece anestesia em cesárea: “gestante não fica inconsciente”

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Diante de caso de anestesista preso após estuprar gestante durante cesárea no RJ, Pauline Elias Josende se manifestou, a pedido do SERRANOSSA, em nome da classe de anestesistas de Bento Gonçalves. “Gestante é esclarecida e cuidada com respeito e ética por todos colegas”, afirma

Fotos: Divulgação

A prisão de um médico anestesista no último dia 11/07 no Rio de Janeiro virou manchete em todos os jornais do país. Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, estuprou uma paciente enquanto ela realizava uma cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart. A mulher estaria desacordada, sob efeito de anestesia geral. Diante da repercussão do caso, a médica anestesista de Bento Gonçalves, Pauline Elias Josende, tranquiliza as gestantes do município: “não, a anestesia para a cesárea não deixa a gestante inconsciente”, afirma.

Em uma postagem nas redes sociais, a médica esclareceu que, na maioria dos casos, a anestesia utilizada para a cesárea é a raquianestesia, na qual a gestante “fica acordada, consciente e acompanhada do seu familiar”. A exceção vale para quando a paciente possui alguma contraindicação e precisa fazer a cesárea com anestesia geral, situações consideradas bastante raras. “Nesses casos, a gestante é esclarecida sobre como será feita a anestesia e é cuidada com respeito e com ética por todos colegas anestesistas da nossa equipe @anestesiabg”, afirma.

Ao SERRANOSSA, a médica conta que os médicos anestesistas do município, assim como o restante do Brasil, ficaram “revoltados e chocados” com o ocorrido no Rio de Janeiro. “Nós, anestesistas, sabemos da nossa imensa responsabilidade de cuidar de pacientes sempre em momentos importantes da vida. Seja no nascimento de um filho, seja em uma cirurgia programada ou em uma cirurgia de urgência depois de um acidente, enfim… estamos presentes na vida das pessoas sempre em momentos em que elas precisam da gente”, ressalta. “Somos responsáveis por um paciente que está vulnerável e pelo qual devemos zelar. Não cuidamos somente dos sinais vitais, da respiração, da circulação, do manejo do sangramento, de todas essas coisas. Cuidamos de uma pessoa que, muitas vezes, está dormindo e confiando no nosso trabalho, que é cuidar dela. É uma traição inadmissível, desumana e criminosa o que foi feito com essas pacientes no Rio de Janeiro”, desabafa Pauline.

Diante do caso, a médica relata que ela e os colegas têm percebido um temor maior das pacientes e de seus familiares na hora do processo do parto. “Procuramos acolher a angústia e ter empatia pela situação dos pacientes. Procuramos sempre explicar como é feita a anestesia, passar confiança acerca do que será feito, e os pacientes entendem e percebem que somos muito profissionais no nosso trabalho. No centro obstétrico, inclusive, a gestante sempre fica com acompanhante, direito garantido por lei”, frisa Pauline.

Atualmente, 22 anestesistas compõem a Clínica de Anestesiologia e Tratamento da Dor de Bento Gonçalves. Como membro, Pauline reforça o comprometimento e o profissionalismo da equipe em buscar oferecer sempre o melhor aos pacientes. “Estudamos bastante, participamos de congressos da especialidade, temos reuniões científicas para debater assuntos, temos discussões de artigos para debater as últimas evidências, temos inúmeros protocolos pra tudo que é tipo de assunto em anestesia, pois isso uniformiza nossas condutas como equipe. Porém, mais importante ainda do que isso, é dizer que somos muito preocupados em fazer com que os pacientes entendam que serão cuidados e respeitados enquanto estiverem conosco no bloco cirúrgico, ou no centro obstétrico, ou em clínicas privadas, ou em qualquer situação, seja eletiva ou de emergência”, comenta.

A médica finaliza sua fala reforçando que todos os pacientes que serão anestesiados passam por uma consulta “pré-anestésica”, quando são repassadas todas as informações e sanadas todas as dúvidas. “Cabe repetir, mais uma vez e quantas forem necessárias, que a conduta errada de um não representa, de maneira alguma, a conduta de todos. Trabalhamos sempre não só com comprometimento técnico, mas também sendo responsáveis por zelar pelos nossos pacientes”, conclui.

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