Médico cubano é afastado de atendimentos
O cubano Luis Enrique Rodriguez Rodriguez, de 50 anos, que chegou a Bento Gonçalves no início de novembro do ano passado pelo programa federal Mais Médicos, não está mais prestando atendimentos clínicos à comunidade do bairro Vila Nova, unidade à qual foi designado para trabalhar. O principal motivo para o afastamento, promovido há cerca de um mês pela secretaria municipal de Saúde (SMS), seria a dificuldade de comunicação entre o estrangeiro e os colegas e pacientes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desde então, ele realiza atividades internas no departamento.
De acordo com o coordenador médico da SMS, Marco Antônio Ebert, Rodriguez passa por um processo de aprimoramento dos protocolos adotados na rede pública de Bento e “não tem, no momento, nenhum tipo de atribuição”. Ebert explica que o fato de o cubano não conhecer a língua portuguesa complicou sua adaptação na cidade. “Apesar de as coisas não ocorrerem como desejávamos, é uma situação normal. Ele está acumulando mais cultura nossa, mais conhecimento, talvez facilitando a adaptação em outro lugar, porque a tendência é mesmo a substituição”, afirma o coordenador.
A decisão sobre o futuro do médico, entretanto, caberá à supervisão regional do programa na Serra Gaúcha, o que pode ocorrer nos próximos dias. Para trabalhar em Bento Gonçalves, além de uma bolsa de cerca de 400 dólares paga pelo governo Federal, Rodriguez também recebia cerca de R$ 1 mil em auxílio-moradia e R$ 370 de vale-alimentação, estes dois valores pagos pela prefeitura. “Precisamos encaminhar uma definição logo, porque é uma situação que fica ruim para nós e para ele. Mas estamos engessados, porque ele não pode ser encaminhado para outra função que não seja a Estratégia de Saúde da Família, como prevê o Mais Médicos. Essa burocracia também nos prejudica, porque eu poderia colocá-lo em outra área”, explica Ebert.
Além do cubano Rodriguez, o município conta com outra médica destinada pelo programa do governo federal. Caroline Bozzetto Ambrosi, que é bento-gonçalvense, atua na ESF do bairro Zatt desde setembro. Bento também está inscrita na terceira etapa do projeto, solicitando quatro novos profissionais para a cidade. Recentemente, pelo menos oito médicos do quadro deixaram as funções na rede pública da cidade – três deles pelo serviço militar e outros cinco para residência médica.
Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou uma lista com nomes de 89 profissionais do Programa Mais Médicos que devem justificar faltas às unidades para as quais foram designados. Destes, 80 são brasileiros e 9 estrangeiros.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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