Médico explica importância da vacinação dos apenados para a sociedade
Desde a divulgação da inclusão das pessoas privadas de liberdade no Plano Nacional de Imunização contra o Coronavírus, a comunidade tem levantado uma série de questões sobre a priorização desse grupo. Nesta segunda-feira, 31/05, o início da vacinação dos presos em Bento Gonçalves gerou, novamente, uma onda de insatisfação. “Brasil é vergonhoso. Por que não foram nas empresas vacinarem os trabalhadores?”, escreveu uma leitora em notícia divulgada pelo SERRANOSSA. “Que palhaçada. Se estão na cadeia, é porque merecem”, disse outra.
A inclusão dos apenados nos grupos prioritários foi pauta de manifestações por parte dos presos, de familiares e de grupos ligados aos direitos das pessoas privadas de liberdade. Mas além de proteger os próprios presos, a vacinação desse público é defendida por especialistas da área da saúde por outros motivos. Conforme explica o coordenador médico da UPA 24h do bairro Botafogo, Amauri Vargas, por reduzir as chances de contaminação, a ideia é que a imunização dos presos também seja um benefício indireto à sociedade. “Como se tratam de instituições fechadas, com outros fatores que propiciam a disseminação do vírus, as penitenciárias são uma grande fonte de propagação e, com isso, de incubação do vírus”, comenta.
O médico ressalta que essa grande facilidade de contágio pode se refletir, de tempos em tempos, em contaminação para a sociedade. “Nos presídios pode haver transmissão profissional e familiar, por conta das visitas constantes, podendo agir como vetor para a população no geral”, esclarece.
Os apenados em Bento estão sendo vacinados com a AstraZeneca. Conforme a prefeitura, somente ao fim do dia será repassado o quantitativo de pessoas privadas de liberdade vacinadas no município.