Mesmo com manifestações contrárias, Estado homologa leilão de concessão de rodovias da Serra e Vale do Caí
A partir de agora, consórcio Integrasul, vencedor do leilão, terá 120 dias para apresentar garantias e constituir empresa específica pra fazer a gestão da rodovia
Mesmo com diversas manifestações contrárias de deputados e lideranças regionais, o governo do Estado publicou, na terça-feira, 17/05, no Diário Oficial, a homologação do leilão de concessão de 271,5 quilômetros de rodovias na Serra e no Vale do Caí. Os trechos fazem parte do bloco 3 do programa RS Parcerias. Conforme o Estado, a partir de agora o consórcio Integrasul, vencedor do leilão, terá prazo de 120 dias úteis para apresentar garantias e constituir empresa específica pra fazer a gestão da rodovia.
De acordo com o secretário extraordinário de Parcerias do RS, Leonardo Busatto, “se a documentação apresentada estiver ok, o Estado fica apto a fazer a assinatura do contrato”. A previsão inicial é a de que a assinatura deverá ocorrer entre setembro e outubro.
No total, as rodovias do bloco 3 receberão investimentos de R$ 3,4 bilhões, cerca de R$ 500 milhões a mais do que o proposto na modelagem apresentada durante o período de consulta pública. Uma das novidades do edital será a construção de 10 quilômetros de ciclovias, medida inédita nas concessões de rodovias feitas no país. Está prevista ainda a construção de mais 30 quilômetros de vias marginais que foram sugeridas pelos participantes durante as audiências públicas.
Apesar das obras e melhorias previstas nas estradas, principalmente na Serra Gaúcha, o alto valor dos pedágios tem sido o grande motivo de oposição ao leilão. Mesmo com um desconto de 1,3% oferecido pelo consórcio durante o leilão, as tarifas em uma viagem entre Bento Gonçalves e Porto Alegre, por exemplo, custariam cerca de R$ 35, ida e volta. Atualmente, é pago apenas R$ 6,50 em um sentido, no pedágio de Portão. O início da cobrança dos novos pedágios deverá ficar para o segundo ano da concessão.
Conforme o presidente do CICS Serra e vice-presidente da Serra da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Elton Paulo Gialdi, o resultado do leilão foi “desastroso”. “Ontem tivemos uma reunião com o secretário Leonardo Busatto, em Caxias, e conseguimos transmitir toda nossa decepção e indignação”, relata.
Além dos pedágios, cerca de 60% acima das outras regiões do Estado, a qualidade das obras propostas também não agradou algumas autoridades regionais. “Entendo que, com a contrapartida que está sendo proposta, sendo rodovias pedagiadas, as obras são medíocres. Não são compatíveis com o nosso potencial”, avalia.