Ministério da Saúde vai repassar R$ 15,3 milhões ao Instituto de Cardiologia do RS
A partir de 2024, o recurso estará garantido em parcelas mensais
O Ministério da Saúde vai destinar R$ 15,3 milhões para custeio dos serviços do Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul. O recurso foi publicado no Diário Oficial de segunda-feira, 20/11, e o repasse total já será garantido para este ano, em três parcelas: duas de R$ 1,3 milhão referentes aos meses de novembro e dezembro, e uma parcela única de R$ 12,8 milhões até o final do ano. A partir de 2024, o recurso estará garantido em parcelas mensais. Além do Instituto de Cardiologia, a fundação é responsável pela gestão dos hospitais dos municípios de Alvorada, Cachoeirinha e Viamão, e do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal.
A pasta da Saúde reforça a atuação junto ao Governo do Rio Grande do Sul e a prefeitura de Porto Alegre, com mediação da Procuradoria Geral de Justiça do estado gaúcho, para enfrentar a crise do Instituto de Cardiologia, que apresenta déficit que vem se agravando nos últimos anos, segundo prestação de contas junto a Procuradorias de Fundações do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul.
Também esclarece que não houve “contigenciamento ou atraso de repasse de recursos federais” ao Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, como confirmado pelas secretarias de Saúde do estado e da capital gaúcho por meio de nota, esclarecendo versões que circulam na internet sobre suposta limitação nas verbas destinadas à instituição.
Demissões
O Instituto confirmou, na última semana, a demissão de 280 funcionários de seu quadro funcional. Em nota, a Instituição lamenta a ação, mas diz que a medida faz parte de um acordo com o Ministério Público e entidades de saúde, e a classificou-a como sendo “necessária para uma importante reestruturação de seus gastos atuais”.
Em julho deste ano, um dia após uma greve de enfermeiros por conta de salários atrasados, uma reunião na Câmara de Vereadores debateu a precariedade do IC, quando usuários alegavam falta de atendimento médico e de equipamentos. Na oportunidade, o diretor do Instituto, Gustavo Glotz Lima, reconheceu as dificuldades e a redução do número de procedimentos realizados. Nos últimos cinco anos, as cirurgias cardíacas feitas pela entidade diminuíram de 3,5 mil para 2,7 mil.
Nota do Instituto de Cardiologia
O Instituto de Cardiologia do RS assumiu o compromisso com o Ministério Público e entidades gestoras da área da saúde de reduzir em 20% sua folha de pagamento. É de conhecimento da sociedade gaúcha que o hospital passa por dificuldades financeiras, sendo necessária uma importante reestruturação de seus gastos atuais. O Instituto lamenta a perda dos seus colaboradores, mas entende esse compromisso como medida imprescindível para a manutenção dos atendimentos e da qualidade técnica já reconhecida em todo o Estado.