Modervitis é lançado com efetivação de acordos

A apresentação do Programa de Modernização da Vitivinicultura (Modervitis) a produtores, representantes da indústria e demais segmentos da cadeia produtiva, na última sexta-feira, dia 19, foi marcada por anúncios importantes para o setor vitivinícola.

No encontro, realizado na Embrapa Uva e Vinho, foi assinado o acordo de cooperação para identificação da demanda de qualificação da mão de obra na indústria vinícola entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Outro anúncio foi o lançamento da primeira chamada pública de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para a próxima semana, que deve beneficiar, inicialmente, cerca de 800 famílias produtoras de uva no Rio Grande do Sul. Ainda no âmbito da agricultura familiar, também foi anunciada a assinatura de convênio que tem como objetivo qualificar a produção do chamado suco de uva panela, o que deve acelerar o processo de regulamentação do produto.                 

O ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Müller, mencionou a assistência técnica e a disponibilização de crédito para os agricultores familiares por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) como ações importantes para que o Modervitis saia do papel e ajude a qualificar a produção e gerar mais renda para todos os elos da cadeia produtiva. “O setor decidiu inovar e se organizar para melhorar os processos produtivos e, consequentemente, ter ganhos de qualidade dos seus produtos”, elogiou, ao antecipar a divulgação da chamada pública de Ater.                             

O coordenador do Modervitis, José Fernando Protas, fez um resgate da articulação realizada desde 2006 para a implantação do programa até a sua inclusão no Plano Brasil Maior, do Governo Federal, neste ano.  O pesquisador da Embrapa apresentou o desafio de melhorar a qualidade da matéria-prima através do aumento de graduação média das uvas para processamento. “Se aumentarmos a média de 14 para 17 graus Babo para uvas americanas e híbridas, por exemplo, podemos ter um aumento de 16% na renda dos viticultores, uma economia de 5% para a indústria, com uma produção final 20% maior”, ilustrou.         

Após a apresentação do programa, ocorreram painéis para explicar o papel dos órgãos na operacionalização. O secretário de Inovação do MDIC, Nelson Fujimoto, falou sobre os cursos de qualificação oferecidos pelo Pronatec e que serão disponibilizados para setor vitivinícola. Pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o engenheiro Geanderson Lúcio de Souza Silva abordou as condições especiais de financiamento para as vinícolas que aderirem ao Modervitis, através do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), para a compra de máquinas e equipamentos, com juros subsidiados e taxas inferiores à inflação. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), João Salomão, citou a integração entre os diversos órgãos para estimular a adesão tanto da indústria como dos produtores. Salomão afirmou que, entre outros avanços, o Modervitis vai ajudar o setor a ter aumento de rentabilidade, com maior qualidade na produção de uva e, consequentemente, maior remuneração para os viticultores e qualidade do produto final.                 

O coordenador geral de Serviços Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Campagnolo, antecipou a assinatura de convênio que vai qualificar a produção do suco de uva artesanal (de panela) e falou sobre os canais disponibilizados pelo ministério para acessar informações técnicas. Campagnolo destacou dois projetos que já estão em andamento através da Rede de Centros de Inovação em Vitivinicultura (Recivitis), que integra o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec): o projeto de qualificação matrizes de videira e a busca pela Indicação Geográfica (IG) para região da Campanha Gaúcha. “São exemplos que mostram que a inovação deve ser buscada sempre, com o objetivo de agregar valor aos produtos e ter vantagens competitivas”, finalizou.                   

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.