Moradores da região denunciam valores exorbitantes nas contas de luz 

Nos últimos dias, clientes da Rio Grande Energia (RGE) têm denunciado valores exorbitantes das contas de energia elétrica da Serra Gaúcha. Somente nesta semana, o Procon de Bento Gonçalves recebeu 12 reclamações de consumidores referente ao aumento inesperados em suas faturas.

De acordo com uma moradora do bairro São Roque, de Bento Gonçalves, em um período de apenas 3 meses, a soma das contas de luz de sua residência chegaram a R$ 4 mil. “Para ter uma noção, eu recebi contas de mais de R$ 2 mil reais em um mês. Tive que parcelar tudo”, relata. 

Na residência da cliente moram dois adultos e três crianças e, em tempos normais, os valores mensais das contas de luz chegavam a cerca de R$ 250. “Eles desligaram o fio da rua que vinha para a minha casa [porque o pagamento não foi efetuado] e fiquei 3 dias sem luz, com 3 crianças pequenas. Eles queriam 30% de entrada e eu não tinha esse valor. Fui na RGE e conseguir negociar”, conta. Ainda segundo a moradora, a RGE teria se comprometido a enviar um funcionário até sua casa, para analisar o que estava acontecendo. “Ninguém veio e eu recebi uma carta dizendo que não tinha problema algum, que as contas estavam certas e que eu precisava fazer o pagamento”, complementa. 


 

Mesmo após conseguir acordar o parcelamento dos valores, a última conta de luz continuou vindo alta: R$ 439. “Fui olhar o número no relógio e conferi com o número da conta. Tinha mil kWh a mais na minha conta”, afirma.  Após o fato, a moradora entrou novamente em contato com a RGE que reafirmou não estar cometendo nenhum erro. “Fui no Procon e conseguiram baixar a conta para R$ 154. As demais ainda não tive resposta sobre como ficarão. Porque eu não vou pagar essas contas depois que eu vi que eles estão colocando a mais na minha leitura”, desabafa. 

No caso de uma moradora de Cotiporã, o aumento nos valores das contas vem sendo registrado desde dezembro de 2019. Morando sozinha, ela afirma que os valores médios eram de R$ 90 e que, nos últimos meses, têm alcançado a marca de R$ 140. “Eu fiquei fora 40 dias e, mesmo assim, o valor veio alto”, relata. O mesmo tem acontecido com seus vizinhos, um casal de idosos. “Eles moram sozinhos e não utilizam praticamente nenhum eletrônico. Mas as contas deles chegaram a R$ 180 nos últimos meses”, conta. 

A moradora também reclama do não recebimento da fatura pelo meio físico. “Eu tenho que buscar a fatura pelo aplicativo, porque não está chegando na minha casa. Eles acham que é fácil assim? A gente mora no meio do mato e tem que pagar online?”, desabafa. 

De acordo com a assessoria da RGE, a alta nos valores pode estar associada à Resolução Normativa 878/2020, da ANEEl, publicada no dia 24/03. O documento autoriza, por 90 dias, que as distribuidoras de energia elétrica do Brasil efetuem o faturamento pela média aritmética dos últimos 12 meses de consumo do cliente. A medida elimina a necessidade da visita presencial, a fim de prevenir o contágio pelo novo Coronavírus. 

“A RGE vem utilizando essa possibilidade apenas em casos de extrema necessidade, uma vez que a circulação de seus colaboradores pode estar restrita em algumas localidades. Caso o cliente prefira, também pode optar pela autoleitura: para isso, basta acessar www.rge-rs.com.br e verificar o passo a passo que é muito simples”, informou a assessoria em nota. 

A moradora de Cotiporã rebate afirmando que a alta vem sendo registrada desde o ano passado e que tem optado pela autoleitura, informando mensalmente a energia consumida. 

Ainda segundo a assessoria da RGE, na ocorrência de casos semelhantes aos relatados pelas moradoras nesta reportagem, o recomendado é entrar em contato com a empresa pelos canais destinados ao consumidor. Por lá, “o cliente pode consultar o seu consumo e fazer solicitações de revisão de tarifa quando achar necessário, de forma rápida e fácil”, afirma. 

Em relação ao caso da moradora de Bento que registrou aumentos exorbitantes, a RGE afirma que “está analisando os dados da leitura da unidade consumidora, e avaliando se há alguma inconsistência. Caso haja divergência, a correção se dará imediatamente, mediante contato com o cliente”. 

O Procon Municipal orienta que os consumidores procurem o órgão para abertura de reclamações, portando uma cópia da fatura a ser contestada, cópia de documentos pessoais e de foto atualizada do medidor de energia. Os atendimentos estão sendo realizados por agendamento, a fim de evitar aglomerações, através dos telefones 3055-8544 / 3055-8547 e pelo email procon@bentogoncalves.rs.gov.br.  

“O PROCON-BG lembra que é um direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços (art. 6º, III do CDC). Portanto, toda fatura de serviço deve sempre conter relatório descritivo, impostos, taxas, bem como o valor do serviço efetivamente contratado. Com exceção dos casos onde há previsão de aumento, é importante o consumidor ficar atento a aumentos inesperados em sua fatura”, alerta o fiscal Thiago Duarte dos Santos. 

Canais digitais da RGE: 

• Chatbot pode ser acessado pelo https://servicosonline.cpfl.com.br na aba "Central de ajuda".
• Envie SMS grátis para o número 27350 com o SEU CÓDIGO (disponível na conta de energia).
• Aplicativo CPFL Energia (disponível gratuitamente para download em celulares e tablets com sistemas operacionais Android, iOS e Windows Phone).
• Agência Digital: ?? http://www.rge-rs.com.br/.

Foto: Divulgação/Procon Municipal