Moradores decidem consertar buraco na rua

Vilson Vignatti e Agenor Suder são vizinhos e têm várias coisas em comum: ambos trabalham no setor moveleiro, estão de férias e cansaram de esperar a prefeitura para tapar um buraco aberto há pelo menos quatro meses na rua Marcos Nardon, bairro Fenavinho. Na mesma quadra, Maria Salete Nichetti mostra a solução paliativa que encontrou para evitar que uma cratera destruísse por completo a calçada em frente à casa onde mora, um problema que, segundo ela, está prestes a completar o 1º aniversário.

Transtornos como esses são causados por uma série de fatores técnicos – nos casos relatados foi o rompimento de parte da tubulação de esgoto –, mas agravados pela falta de conhecimento sobre onde está situada a rede de esgoto de Bento Gonçalves – o SERRANOSSA aborda o assunto desde 2010. Vignatti e Suder decidiram encerrar a série interminável de pedidos de reparo que já dura quatro meses e resolver o problema por conta própria. Mesmo sem experiência na área, os vizinhos se reuniram, conseguiram o material e solucionaram a questão em menos de 24h – entre 14h de segunda-feira, dia 16, e meio-dia de terça, dia 17. 

Vignatti conta que, desde a abertura da rua para conserto dos canos e do fechamento provisório com brita, o buraco dobrou de tamanho e começou a trazer transtornos tanto para os moradores quanto para os motoristas que transitam pelo local. “Não sei como não aconteceu um acidente ou algo pior. Estamos indignados, toda vez que tentamos falar com o secretário [de Viação e Obras Públicas, Valdir Possamai] somos informados de que ele está em reunião. Quando contatamos os vereadores (que vieram aqui pedir voto) nos encaminham para os assessores. Esse é o troco que nós merecemos?”, desabafa. Questionado sobre quanto precisou investir em material para a obra, Vignatti diz não ter um cálculo preciso, já que parte tinha em casa e o restante adquiriu de terceiros. “Mas se a prefeitura quiser nos ressarcir do prejuízo, não ficaremos brabos”, diz a esposa de Vignatti, Neusa, tentando encontrar uma forma de se divertir com a situação. Segundo a assessoria do vereador Clemente Mieznikowski, um dos procurados pela comunidade por residir no bairro, uma indicação para recolocação das pedras foi encaminhada à prefeitura no último dia 3, mas até o fechamento desta edição não havia recebido retorno.

Em frente à casa de Maria Salete, na rua Achídio Domingos De Marco, um pedaço de laje “plantado” em meio a um misto de paralelepípedos, brita e o que restou de uma calçada foi a solução encontrada para que a chuva não agrave ainda mais a cratera. Segundo a moradora, o problema está prestes a completar um ano. “Houve um rompimento da tubulação de esgoto. A prefeitura veio logo, fez o reparo e preencheu o espaço com brita. Os funcionários disseram que era necessário esperar cerca de 15 dias até a brita assentar e que depois voltariam para pavimentar novamente. Nunca mais voltaram”, conta, dizendo que perdeu as contas de quantas vezes solicitou o conserto à prefeitura. As pedras retiradas acabaram sendo depositadas sobre o passeio público, causando mais um transtorno. “Por conta, eu coloquei parte delas como forma de tentar nivelar e minimizar os riscos”, detalha Maria Salete.

O que diz a prefeitura

Segundo o secretário de Viação e Obras Públicas, Valdir Possamai, as duas ruas estão na programação da pasta. “Porém, com as fortes chuvas que atingiram o município nos últimos meses, surgiram obras mais urgentes, que tiveram que ser solucionadas de forma emergencial. Após a licitação de uma empresa para auxiliar na recomposição das ruas, esses problemas serão resolvidos”, garante.

Reportagem: Greice Scotton


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