Moradores do Ouro Verde reclamam de ônibus lotados

Uma alternativa para quem mora em bairros afastados e trabalha na área central é recorrer ao transporte coletivo. Entretanto, nem sempre o serviço prestado agrada aos passageiros. É o caso de moradores do bairro Ouro Verde, que reclamam da lotação dos ônibus, principalmente nos primeiros horários da manhã e nos finais de tarde, considerados de pico. “Prefiro pagar um pouco a mais para pegar o seletivo e viajar sentada”, comenta uma das moradoras.

Em função do trânsito congestionado, o trajeto de cerca de dez quilômetros chega a levar 45 minutos, o mesmo tempo para ir de carro até uma cidade vizinha, como Caxias do Sul, quatro vezes mais distante. Segundo outra moradora, os problemas ficaram piores depois que o residencial Novo Futuro foi inaugurado. “Antes pegava ônibus às 7h30. Agora pego às 7h e ainda chego atrasada no trabalho. O pior de tudo é o serviço é caro”, reclama.   

O diretor da empresa Bento, Jatir Toniolo, admite que, logo que o conjunto de 420 apartamentos financiados através do programa “Minha Casa, Minha Vida” foi inaugurado, foram enfrentados alguns problemas em relação às linhas de ônibus existentes. O trajeto feito pelos ônibus precisou ser alterado para incluir o Novo Futuro, deixando as viagens mais longas. Com isso, optou-se por desmembrar algumas linhas para encurtar o trajeto, além de criar outras que atendessem aos moradores do bairro Aparecida.

Toniolo reconhece o problema, mas explica que não há nada que a empresa possa fazer. “A culpa é do trânsito”, alega. Segundo ele, há ônibus de 15 em 15 minutos para a região norte e em determinados horários a periodicidade é de apenas dez minutos. “Com o tráfego intenso de veículos, os coletivos chegam atrasados na parada. Com isso, passageiros do horário seguinte acabam embarcando no mesmo ônibus, causando a superlotação. Ao mesmo tempo, o que vem na sequência acaba fazendo o trajeto praticamente vazio”, conta. 


Corredor exclusivo seria solução

Para o diretor da empresa Bento, a solução mais viável é a criação de um corredor exclusivo para ônibus, que possibilitará que os coletivos cheguem ao ponto no horário marcado. A proposta foi divulgada pela administração municipal em agosto do ano passado, junto com o anúncio da criação do chamado “Corredor Moveleiro”. A implantação seria viabilizada através de empréstimo do programa Pró-transporte, na ordem de R$ 107 milhões. O problema é que o valor ainda não tem prazo para ser liberado.

No último dia 3, o prefeito de Bento Gonçalves, Roberto Lunelli, esteve em Brasília participando de uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e representantes dos municípios que seriam beneficiados pelo programa. Apesar do encontro, não houve avanço na prática. O assunto será novamente tratado pelo governo federal em uma reunião a ser realizada nas próximas semanas com a presença do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e dos representantes do Grupo Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (G-PAC), para analisar a viabilidade da destinação dos recursos. O encontro teve a presença dos deputados federais gaúchos Paulo Pimenta (PT) e Luis Carlos Heinze (PP), além da senadora Ana Amélia Lemos (PP).

O SERRANOSSA tentou contato com o prefeito para falar sobre a reunião, mas não obteve retorno.

 
Reportagem: Carina Furlanetto

 

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