Moradores e AAECO se manifestam contra corte de árvores na Osvaldo Aranha

O corte de árvores para novas construções na área central de Bento Gonçalves tem sido pauta constante no município. Nos últimos dias, o desmanche de uma residência e o início da movimentação para um novo empreendimento na avenida Osvaldo Aranha, esquina com a rua Candelária, chamou a atenção de moradores e da Associação Ativista Ecológica (AAECO). No local há três pinheiros alemães, dois dentro do terreno particular e, outro, na calçada ao lado, os quais correm o risco de serem cortados para dar início à nova construção. “Seria um completo absurdo se fossem cortados. A cidade já não tem árvores, árida como um deserto, e irão cimentar tudo para fazer mais um estacionamento?”, comentou um morador em contato com o SERRANOSSA.


 

Conforme o secretário-geral da AAECO, Gilnei Rigotto, as árvores são quase centenárias e, mesmo se tratando de uma espécie exótica, trazem diversos benefícios à saúde dos moradores.  “Se o corte de uma planta exótica for feito no meio rural, temos uma situação. Mas o corte dessas espécies no perímetro urbano compromete o sombreamento, a umidificação e todo seu valor histórico e paisagístico”, expõe.

Diante disso, o secretário-geral da AAECO enviou um ofício à assessoria de comunicação do empreendimento que deverá ser construído no local – uma rede de farmácias – a fim de sensibilizar seu diretor. No documento, a associação sugere que seja preservada ao menos uma das duas árvores que estão no terreno. A terceira está na calçada, sendo responsabilidade do município. “Nós iremos oficializar a comissão de arborização urbana para que não autorize o corte dessa árvore. Me adiantaram que, se a árvore estiver em boa sanidade, eles [secretaria de Meio Ambiente] não irão autorizar o corte”, adianta Gilnei.


 

Conforme a AAECO, até o momento a assessoria da empresa ainda não deu retorno sobre o ofício enviado pela associação. Entretanto, o secretário-geral adianta que se a direção da empresa optar pelo corte das árvores, será organizado um grande boicote ao novo empreendimento. “Caso optarem pela simples decisão jurídica, de uma lei que é retrógrada e que, está sendo muito questionada, inclusive por pare de órgãos ambientais a nível nacional e internacional, nos caberá dentro da lei e da ordem legal, levar a público o fato lamentável do corte dos pinheiros, que além de mostrarem uma insensibilidade pelos que tomarão a decisão, por certo a opinião pública será informada de nossa vã tentativa de ter dado as sugestões ambientais possíveis para evitar mais uma agressão a quem já sangra em nome de um ‘progresso’ insano e insustentável e sugerir um boicote regional a vossas farmácias”, diz o ofício. 


 

Diante da legislação que permite o corte de árvores exóticas, a AAECO deverá enviar à Câmara de Vereadores de Bento um projeto que visa proteger algumas dessas espécies. “Queremos que, pelo menos, aquelas árvores com mais de 20/30 anos, sendo exóticas, passem por uma comissão antes de serem cortadas, dentro do perímetro urbano”, comenta.

O SERRANOSSA entrou em contato com a assessoria da empresa e com a prefeitura de Bento Gonçalves, mas ainda aguarda uma posição quanto ao possível corte das árvores mencionadas. 

Fotos: Divulgação/AAECO
 

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