Morre o procurador da república aposentado Albino Ângelo Santarossa
Faleceu neste domingo, dia 19, aos 87 anos, o bento-gonçalvense Albino Ângelo Santarossa. Ele era procurador da República aposentado e mesmo morando longe sentia um carinho muito grande pela cidade natal. Ele estava internado há 25 dias na UTI do Hospital São Francisco, em Porto Alegre. Desde o ano passado ele se recuperava das complicações e fraturas ocasionadas por uma queda. Ele está sendo velado na Capela São José e será sepultado às 17h no Cemitério Municipal.
Nascido no distrito de Tuiuty, precisou mudar-se para Porto Alegre para dar continuidade aos estudos. Posteriormente transferiu-se para o Rio de Janeiro onde trabalhou na Câmara dos Deputados a convite do deputado federal Fernando Ferrari. Formou-se em Direito em 1959, junto com futuros políticos de expressão nacional, juízes e desembargadores. Em 1960, passou no concurso e ingressou no Ministério Público como defensor público. Foi promotor-substituto, promotor e, por fim, procurador de Justiça até sua aposentadoria, em 1990.
Conheceu papas e presidentes da República. Relacionou-se com personalidades esportivas, como Garrincha, e artísticas, como a viúva do maestro Heitor Villa-Lobos e a atriz alemã Elke Sommer. Foi cônsul do Internacional e diretor jurídico na época áurea do Botafogo. Conheceu os lugares mais distantes, as culturas mais incomuns, mas nunca se esqueceu da terra onde nasceu. Colocou-se do lado dos agricultores e se mostrou inflexível com a corrupção que levou a Cooperativa Vinícola Aurora, da qual seu pai, Giuseppe Santarossa, havia sido um dos fundadores, à falência. Defendeu no tribunal o time de sua terra natal, o Esportivo, e teve uma atuação decisiva na liberação da verba que financiou a construção da Fundação Educacional da Região dos Vinhedos (Fervi), a primeira instituição de ensino Superior da cidade.
Dentre as passagens de sua vida das quais se orgulhava e contava com entusiasmo, estava o convite para a posse de Juscelino Kubitschek – de quem se tornou amigo – e a inauguração de Brasília. Também contava com carinho sobre o convite que recebeu para a posse de Marco Aurélio Mello, que foi seu estagiário na Procuradoria de Justiça, como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Quando atuou na 1ª Vara de Família, que atendia a elite do Rio de Janeiro, assinou o divórcio de personalidades como Tom Jobim e Nelson Gonçalves.