Morte de jovens estaria ligadas a esquema policial

Se a execução dos jovens Lucas Morini, 23 anos, e Dionatan Cordova Dias, 28, que saíram de Bento Gonçalves no dia 25 de julho e foram encontrados mortos dois dias depois no Paraguai, já estava envolta em mistério, as circunstâncias que levaram ao duplo homicídio ficaram ainda mais complexas nos últimos dias. Informações divulgadas pela imprensa do país vizinho ligam os assassinatos a um grande esquema de corrupção policial que envolveria roubo de cargas e drogas pelos agentes paraguaios. 

A investigação da Polícia Nacional do Alto Paraná, região onde os corpos dos rapazes foram encontrados, na localidade de Itakiry, resultou no afastamento de pelo menos 13 policiais, entre eles o chefe de polícia do Alto Paraná, Marildo Rojas, o diretor da 4ª Zona Policial, Simeon Martínez, e o chefe de investigação do departamento de polícia, Baldomero Jorgge. Os policiais envolvidos teriam interceptado Lucas e Dionatan, que estariam transportando 22 quilos de cocaína e três fuzis AK-47, e recolhido o material, que acabou não sendo registrado na delegacia e teria sido negociado clandestinamente. 

O que ainda permanece incerto é se os agentes teriam participação nas mortes dos brasileiros. O carro em que a dupla se deslocou ao Paraguai, um Fiat/Idea, também não foi localizado. Depois de mortos a tiros, os corpos dos dois foram deixados em um rio de Itakiry, em 27 de julho. Entretanto, o reconhecimento deles só foi feito por familiares em meados de agosto, após o envio de fotografias pela polícia paraguaia para investigadores brasileiros, já que não portavam documentos quando foram localizados em Itakiry.

O trabalho de investigação realizado pela 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) de Bento Gonçalves foi finalizado após o reconhecimento e traslado dos corpos de volta ao Brasil. Todo o trabalho de elucidação do caso está agora sob responsabilidade das autoridades paraguaias. Na 1ª DP, a delegada que estava à frente da investigação era Isabel Pires Trevisan, que comandava de forma interina o distrito policial local.

Lucas Morini era natural de Bento Gonçalves e Dionatan Cordova Dias nasceu em Tuparendi (RS). Os dois jovens eram vizinhos no bairro Progresso. A polícia e a própria família de Lucas afirmam que as viagens dele ao Paraguai eram frequentes. Geralmente, ele se deslocava ao país vizinho pelo menos uma vez por mês, com o mesmo veículo. Porém, teria sido a primeira viagem na companhia de Dionatan.


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