Morte na rodoviária: réus vão a júri popular
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) manteve a decisão proferida pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, em pronunciar os irmãos Uelisson de Quadro Alves e William de Quadro por homicídio qualificado, após terem esfaqueado Ronaldo Gomes (foto), então com 25 anos de idade, durante uma briga. O crime aconteceu na Estação Rodoviária da cidade, por volta das 21h do dia 8 de março de 2013.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), William teria discutido com Gomes horas antes e procurou ajuda do irmão para tirar satisfação com a vítima. Eles foram até a rodoviária armados com uma faca e uma adaga. Ao se encontrarem no local, entraram em luta corporal e os irmãos se revezaram na tarefa de segurar e esfaquear Gomes. Toda a ação foi gravada pelas câmeras de segurança do estabelecimento. Diante dos fatos, o MP entendeu que o crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois investiram de surpresa contra ele.
Em seu depoimento, na fase processual, William relatou que procurou Gomes para conversar, pois ele foi apontado por vizinhos como sendo o autor do furto na residência do seu pai. Gomes teria reagido e falado que não devia satisfação a ele, sacando uma faca e o atingido na barriga. Com receio de ser novamente atacado, já que Gomes morava no caminho que ele percorria diariamente, William teria ido para casa chamar o irmão para conversar novamente com a vítima. Ele afirmou ainda não lembrar onde teria atingido Gomes, alegando não estar ciente do que estava fazendo devido à revolta que sentiu ao perceber que a vítima encarava ele e o irmão.
Após desferir os golpes, os irmãos fugiram em direção ao bairro Cidade Alta. Ainda segundo o documento, William teria deixado a sua faca no local do crime e Uelisson jogado a adaga próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros.
A defesa dos acusados alegou legítima defesa e solicitou o afastamento da qualificadora, afirmando que Gomes teria visto os irmãos no local e um policial, que aguardava a chegada de um ônibus, relatou ter presenciado os três em luta corporal. Porém, o pedido não foi acatado.
Segundo informações do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas da Brigada Militar (3º Bpat), na época do crime, Gomes tinha diversos antecedentes criminais, entre os quais lesão corporal, furto qualificado e posse de entorpecentes.
Os irmãos respondem ao processo em liberdade e serão julgados por homicídio qualificado, por recurso que dificultou a defesa da vítima. O julgamento foi marcado para o dia 10 de setembro, a partir das 9h.
Reportagem: Katiane Cardoso
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