Motoboy negro e idoso são indiciados por lesão corporal; BM não identificou racismo

A sindicância da Brigada Militar que apurou a conduta dos PMs afirma que não houve agressão nem racismo por parte dos agentes, portanto, que não houve crime militar ou crime comum por parte dos agentes

Foto: Reprodução

A Polícia Civil e a Brigada Militar apresentaram, nesta sexta-feira, 23/02, os resultados das apurações sobre o caso do motoboy negro agredido com um canivete e detido logo em seguida em Porto Alegre, no sábado, 17/02.

No inquérito policial, houve o indiciamento do entregador Everton Henrique Goandete da Silva e do morador Sérgi Camargo Kupstaitis por lesão corporal de natureza leve. Everton também foi indiciado por desobediência por resistir à prisão.

Já a sindicância da Brigada Militar que apurou a conduta dos PMs afirma que não houve agressão nem racismo por parte dos agentes, portanto, que não houve crime militar ou crime comum por parte dos agentes.

O caso

O fato ocorreu no dia 17 de fevereiro, quando Everton, de 40 anos, acabou contido pelos policiais, enquanto Sérgio, de 71 anos, o homem apontado por testemunhas como o agressor, só foi detido posteriormente.

Na segunda-feira, 19/02, Everton comentou a abordagem da Brigada Militar. “Foram para cima de mim como se eu fosse um saco de lixo. E eu não sou um saco de lixo. Eu sou um trabalhador como todo mundo que tem nessa rua”, disse.

Depoimentos

Os quatro policiais militares envolvidos na abordagem prestaram depoimento à Polícia Civil na terça-feira, 20/02. Dois dos agentes foram afastados da atuação nas ruas.

De acordo com a delegada Rosane de Oliveira, o idoso admitiu ter atacado o motoboy com uma faca. Em reação, o entregador teria atirado duas pedras contra a perna do morador da rua.

Segundo a polícia, laudos confirmam que o motoboy teve escoriações no pescoço e o aposentado, na perna e no tornozelo.

*Com informações de g1 RS