Motoboys cobram regularização da profissão em Bento Gonçalves

Nessa segunda-feira, 16/11, três motoboys que atuam há anos em Bento Gonçalves estiveram reunidos com representantes do poder público para tratar sobre a regularização da profissão no município. A reunião foi marcada após encontro realizado na semana passada, 11/11, com outras três pessoas que atuam como motoboys em Bento. Na ocasião, foi cobrada uma posição da secretaria de Segurança quanto à atuação da GCM divulgada por meio de um vídeo nas redes sociais. O vídeo mostrava um indivíduo no chão de um estabelecimento, com três guardas o algemando. Durante aquele encontro, os representantes da prefeitura esclareceram que o caso em questão se tratava “de um condutor que havia fugido duas vezes da abordagem, o qual não possuía habilitação para conduzir a motocicleta, que estava com licenciamento vencido, com R$ 2.400 de multas vencidas e R$ 8 mil de multas a vencer”.

Por outro lado, os profissionais da classe Jair Nicolau, Fernanda Penha e Maurício Diefenthaeler, os quais fazem parte de um grupo de mais de 70 motoboys da cidade, afirmaram que não julgaram a abordagem violenta diante das circunstâncias as quais o motoboy se apresentava. “Algumas pessoas estão utilizando a figura do motoboy para justificar suas ações e fazendo com que a classe seja má vista pela sociedade. Por isso viemos aqui para tentar acertar isso e regularizar a profissão”, comenta Nicolau. “Para ser motoboy hoje é preciso seguir uma série de exigências, como ter mais de 21 anos, ter três anos de carteira A, placa vermelha, acessórios específicos e fazer o curso de motoboy. E a maioria não tem isso”, complementa. 

Dessa forma, os profissionais solicitaram que a secretaria de Segurança criasse mecanismos para incentivar os motoboys a se regularizarem e, assim, garantir a segurança de todos nas ruas. A partir da presença da coordenadora de Desenvolvimento Profissional, Graziele Picolli, e do técnico de Formação Profissional, Michel Pertile, do Sest Senat, foram apresentadas informações quanto ao curso de motoboy – o qual não é realizado há anos no município devido à baixa demanda. “O curso custa, em média, R$ 300, com validade de cinco anos. Mas, dependendo da categoria, se o profissional tem MEI, se está com o alvará em dia, o curso pode até sair como cortesia”, garantem os representantes do Sest Senat. De acordo com Jair, atualmente há um grupo de 36 motoboys que têm o intuito de participar do curso assim que ele voltar a ser ofertado. 


Foto: Eduarda Bucco/SERRANOSSA
 

O secretário de Segurança, Diego Caetano de Souza, voltou a afirmar que a GCM não realiza nenhuma operação específica em torno dos motoboys, mas há casos em que esses profissionais acabam descumprindo regras básicas, como não ter a CNH. “Já recebemos, inclusive, denúncia de tele-entrega de drogas. Fora o número alto de acidentes envolvendo motociclistas. Por isso chamamos alguns deles na semana passada para conversar, para explicar sobre essas abordagens. Mas nós respeitamos a função, até porque eu acho que, nesse período de pandemia, quem ajudou a sociedade a cumprir regras sanitárias foi a categoria, fazendo com que as pessoas se sentissem seguras”, comentou. 

Com isso, ficou acordado que os profissionais da classe irão buscar reativar a associação criada há cerca de dez anos, a fim de reunir os cerca de 150 motoboys do município. Já a prefeitura irá tentar engajar o empresariado para que solicitem a regularização dos motoboys contratados. Além disso, a secretaria de Segurança, junto ao Departamento Municipal de Trânsito (DMT) e a secretaria de Mobilidade Urbana, tentarão cirar uma logística semelhante a dos taxistas, a fim de se ter um controle sobre os profissionais atuantes em Bento. “Temos que fazer uma projeção futura para que se tenha a associação, a oferta dos cursos e uma logística para que eles venham até aqui solicitar a troca de placa. Temos que trazer os motoboys para o nosso lado e, para isso, vamos precisar realizar mais encontros como esse”, finalizou o secretário de Segurança.

Também participaram da reunião o coordenador de Políticas Públicas para o Trânsito, Evandro Flores, e a agente da GCM, Bárbara Toillier.

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