MP e Polícia Civil fazem operação contra grupos nazistas no RS e outros seis estados

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil cumprem nesta quinta-feira, 16/12, quatro mandados de prisão e 30 de busca e apreensão contra grupos de pessoas que se autodeclaram nazistas. Os mandados da operação Bergon estão sendo cumpridos em sete estados.

Além do Rio Grande do Sul, policiais atuam no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte.

De acordo com o MPRJ, essas pessoas são suspeitas de praticar, divulgar e instigar a realização de atos de discriminação e preconceito em relação à raça, cor, etnia e procedência nacional, além do crime de corrupção de menores.

Alguns dos suspeitos são adolescentes. O grupo é investigado por publicar, em redes sociais e em aplicativos de mensagens, fotografias, imagens e textos de cunho racista, homofóbico, antissemita ou nazista. Há ainda a incitação da prática de violência contra esses segmentos.

No Rio Grande do Sul, os alvos foram um adolescente de 14 anos e um jovem de 21 anos, moradores dos bairros Tristeza, na Zona Sul, e Rubem Berta, na Zona Norte de Porto Alegre. Nos locais, não foram encontrados materiais suspeitos. Contudo, os dois seguirão respondendo pelos atos em liberdade e tiveram os celulares apreendidos.

A Polícia recebeu a informação de que os jovens do Estado usavam as redes sociais também para troca de informação e para disseminar o ódio e o preconceito, além das ameaças. Em um dos casos, falavam até em massacre em escola fluminense.

Em Santa Catarina, policiais civis da Delegacia de Polícia da Comarca de Porto União e da Divisão de Investigação Criminal (DIC/PCSC) fizeram apreensões na casa de um adolescente.

Segundo o MPRJ, o nome da operação faz referência à freira francesa Denise Bergon, que desafiou nazistas ao abrigar e salvar a vida de dezenas de crianças judias durante a Segunda Guerra.