Municípios discutem modelo da escola agrícola

Um grupo de entidades, prefeituras e lideranças da Serra está mobilizado em torno da meta de iniciar, em 2013, as atividades de uma Escola Família Agrícola (EFA), com enfoque agroecológico. O último encontro do grupo foi realizado na última semana, no município de Boa Vista do Sul, contando com a presença de representantes de Garibaldi, Bento Gonçalves, Coronel Pilar e Monte Belo do Sul. 

O enólogo da equipe técnica do Centro Ecológico de Ipê, Leandro Venturin, atribui a ideia de trazer a metodologia da EFA ao trabalho com agroecologia adotado por Garibaldi. “Houve discussões de contexto e vimos a necessidade de ter um formato de capacitação permanente e diferente de uma escola agrícola convencional, que crie possibilidades e dê argumentos ao jovem do meio rural para ele definir seu rumo. Mas isso precisa ser discutido dentro da família, porque não adianta o jovem querer e a família não permitir”, explicou Venturin.

Na proposta metodológica das EFAs, o aluno escolhe um tutor que vai acompanhá-lo ao longo do ano e as aulas seguem um plano de estudo baseado nas vivências que os jovens têm nas suas próprias famílias e comunidades. “Os temas partem das pesquisas que os estudantes trazem de casa”, esclareceu o professor de Ciências Humanas e Sociais da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul, João Paulo Reis Costa. Para ele, é um erro pensar que a pedagogia da alternância, sozinha, seja capaz de motivar os jovens a permanecer em suas propriedades: “Qualquer escola convencional também tem alternância. O aluno vai para a escola de manhã e fica em casa de tarde. Só isso não resolve”, destacou o professor, que complementou: “A Escola Família Agrícola forma agricultores técnicos, com projeto sustentável, em sua propriedade rural”.

Durante a palestra que abriu o encontro, o fundador das EFAs no Brasil, Sergio Zamberlan, falou que a primeira escola começou com cinco agricultores e um padre, em 1935, na França, onde hoje existem mais de 400 unidades com mais de 130 cursos para educação no meio rural, todas no interior. “Tem até curso para adestrar cavalos para centros de reabilitação”, disse o professor, dando um exemplo das inúmeras possibilidades oferecidas pelo campo, além das atividades primárias de produção. A próxima reunião da Comissão Pró-EFA será no dia 17 de abril, em Bento Gonçalves.

 

Siga o SerraNossa!

Twitter: http://www.twitter.com/serranossa

Facebook: Grupo SerraNossa