Ninguém é de ninguém
Nietzsche, certa vez, disse que “Nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo”. E, mais uma vez, ele estava certo!
Estava? Será mesmo?
Será que sabemos o que é independência? Será que, enquanto seres humanos, animais coletivos que somos, sabemos viver sozinhos? Mais ainda, para pertencer a nós mesmos, precisamos necessariamente estar sozinhos?
Penso que não! Penso que liberdade seja um estado de espírito. Penso que liberdade seja um estado de consciência. Somente estamos plenamente livres quando estamos com a nossa consciência tranquila. E não é libertando-nos do senso crítico ou mitigando os conceitos de certo e errado que atingiremos esse estado de consciência. É agindo certo, é estando perto de quem nos entende, de quem nos aceita, de quem nos permite ser livre, mesmo querendo nos prender debaixo de suas asas. E, acreditem, por mais livre que possamos ser, sempre vamos querer estar presos sob as asas de alguém.
Afinal, estar preso a alguém não significa limitação, trava, amarras, mas, sim, acalento, aconchego, proteção, calor, carinho, amor, e tudo mais de bom que aquele cafuné, aquele abraço, aquele “bom-dia” seguido de um sorriso podem trazer para o nosso dia, que fazem nossos dias melhores.
Cada dia que passa, com o passar do tempo, com o passar dos anos, a cada degrau que subimos na nossa escada de sabedoria, percebemos o quanto devem ser qualificadas as nossas companhias. Mais ainda, percebemos o quão importante é estarmos bem com a nossa própria companhia, que aquele ditado antigo de que “é melhor estar só do que mal acompanhado” tem muita razão de ser. A companhia, portanto, deve ser opcional e qualificada e não uma necessidade de preencher um vazio que é próprio.
Ninguém é de ninguém, de fato! Devemos nos cercar de pessoas que nos fazem bem, daquilo que nos faz bem. Estar com aqueles que nos fazem bem. E esses, certamente, nos farão querer ficar, nos farão querer que sejamos parte de si, ser tratado como seu, no bom sentido, ser tratado por “seu bem”. Caso contrário, melhor levantar-se e andar em direção à felicidade. Ahhhh, como é bom ser chamado de “meu bem”.
Até a próxima!
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