Nova biblioteca: projeto deve voltar à estaca zero
Ainda envolto em incertezas, o projeto do Espaço Mais Cultura, que abrigaria, entre outras ações, a primeira sede própria da Biblioteca Pública Castro Alves, na praça Centenário, deve voltar à estaca zero. Discreto sobre o assunto, o prefeito Guilherme Pasin admitiu nesta semana ao SERRANOSSA que a proposta tem poucas chances de avançar da forma como foi concebida pelo governo anterior, principalmente por ter sido cadastrada em um período que Bento Gonçalves ainda figurava no registro de inadimplentes do governo federal.
Um parecer técnico do Ministério da Cultura (Minc), já deste ano, praticamente eliminou as chances de obter suporte financeiro para a iniciativa, deixando como saída a necessidade de elaboração e cadastro de um novo projeto. Mesmo assim, a administração encaminhou um recurso, do qual ainda aguarda resposta. “O que estamos tentando justificar é que agora não somos mais inadimplentes, mas me parece bastante difícil mudar essa situação”, afirma o chefe do Executivo.
Por mais que, segundo Pasin, o município já não esteja na lista de devedores da União, o Minc tem se mostrado praticamente irredutível quando o assunto é a liberação da verba de R$ 1,8 milhão prevista para a obra. Outros R$ 450 mil sairiam de contrapartida da prefeitura.
Local incerto
A garantia do repasse, entretanto, não significa que a execução do empreendimento seja a próxima etapa: antes disso, a localização do Espaço Mais Cultura deve voltar à pauta. “É algo que não estamos discutindo agora porque, antes de criar qualquer expectativa, temos que ter a certeza do recurso. Com o dinheiro garantido, partiremos novamente para a questão do local”, acrescenta Pasin.
Há pouco mais de um ano, em junho de 2012, o então secretário de Cultura, Juliano Volpato, apresentou a concepção arquitetônica do prédio de três andares, totalizando 1.695m² de estrutura, que seria construído no trecho da praça próximo ao final da rua Félix da Cunha, perto da escadaria que dá acesso à rua Doutor Casagrande. Apesar de a escolha da área ter gerado discussões, a prefeitura agilizou a doação do terreno que pertencia ao Estado e garantiu que o impacto ambiental com a construção seria mínimo, com a remoção de apenas três árvores.
Biblioteca no Centro até dezembro
Em maio, o SERRANOSSA noticiou a possibilidade de que a Biblioteca Pública Castro Alves saísse do Centro. Os motivos seriam a falta de estrutura do prédio, ocupado pela instituição desde 2005, na rua Ramiro Barcelos, e o reajuste no valor do aluguel solicitado pelo proprietário – o custo à prefeitura passaria de R$ 7 mil para R$ 20 mil mensais. Na época, a secretaria da Cultura não confirmou, mas um dos locais que poderiam receber a Biblioteca – que, em mais de 70 anos, nunca teve sede própria – seria o subsolo da Casa das Artes, que hoje abriga o acervo do Museu do Imigrante, fechado desde 2010 para as obras de restauro, atualmente paradas. Segundo a assessoria da prefeitura, já houve acerto para renovação do contrato de aluguel da casa na área central até o final de dezembro, por R$ 10 mil mensais. O acordo, entretanto, ainda não foi assinado pelas duas partes.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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