Nova logomarca do Movimento Negro Raízes é apresentada à comunidade

Ação realizada na terça-feira, 09/11, fez parte do calendário de atividades do Mês da Consciência Negra em Bento

Foto: José Martim Estefanon

Integrando o calendário de eventos do Mês da Consciência Negra, foi apresentada para a comunidade na noite de terça-feira, 09/11, durante a vernissage “(IN)Visíveis: presença negra na cultura pradense” do fotojornalista Cau Guebo,  a nova logomarca do Movimento Negro Raízes.

A imagem traz o visual de elementos que compõe a referência cultural Afro-brasileira, com os Orixás Ogum (Orixá Guerreiro que não abandona suas causas e não foge do campo de batalha) e Iemanjá (A grande Mãe de todos os Deuses e da Humanidade e Senhora das Águas)

O Preto Velho Ancestral, com sua sabedoria e olhar vigilante sobre tudo e todos,  o tambor como o instrumento mensageiro que faz a comunicação entre o plano terreno e o plano astral, bem como meio para que as diversas tribos e povos africanos ‘conversassem’ entre si.

As Mães Pretas, as Rezadeiras, representando a maternidade preta, sendo o maior ato de resistência contra opressão escravagista. Mães pretas que se tornaram mães de todos os pretos em diáspora. Mães pretas que rasgavam a barra da saia para construir bonecas nos navios Negreiros para aliviar o sofrimento dos filhos de outras mães pretas. Mães pretas que cuidavam das cicatrizes de todos os pretos quando eram espancados no tronco. Mães pretas que muitas vezes, tiveram sua própria maternidade negada para cuidarem dos filhos de seus opressores.

A semi-moldura da logomarca faz referência a traços geométricos que compõe a arte africana situada muito antes da história registrada. A letra entalhada (Movimento Negro Raízes) evoca a arte africana em rocha Nigeriana que conserva entalhes de 6.000 anos.

Douglas Garcia Dias, que foi o desenhista que criou a logomarca, afirma que “a ideia era deixar os traços mais contemporâneos para dialogar com os tempos que vivemos: uma combinação entre símbolos da herança africana com as lutas de hoje”.

“A logomarca é um divisor de águas, um momento de transformação por tudo que o Movimento já conquistou e foi reconhecido em diversas instâncias. Fazer com que esses conhecimentos reverberam. E estamos com intenção de ampliar nossas ações por todo estado. Um dos projetos está em fase final que é a Cultura Negra em Movimento que vai nos proporcionar uma maior alcance e estar melhor estruturado. E a logomarca já comunica esta nova fase”, ressalta o coordenador do Movimento Negro Raízes, Marcus Flávio Dutra Ribeiro.

O secretário de Cultura e presidente da Fundação Casa das Artes, Evandro Soares, salienta a atuação da entidade ao combate ao preconceito racial e afirma que “a nova logomarca do Movimento Negro Raízes mostra a força, a garra e a riqueza da cultura negra e reforça a missão de promover uma sociedade mais igualitária e sem distinção de cor, de credos”.