Nova pista de skate deve ficar para 2016
Os cerca de 500 usuários que aguardam a construção de uma nova pista de skate na praça Centenário terão de esperar pelo menos até 2016 para usufruir da estrutura. O local, único na cidade destinado à prática do esporte, está interditado desde junho do ano passado, quando parte do muro desabou. A prefeitura aguarda um posicionamento por parte do Ministério do Esporte sobre a liberação de recursos para viabilizar a nova pista. A estimativa, conforme experiência de outros municípios que executaram projetos semelhantes, é que a construção demore de seis meses a um ano para ser concluída.
De acordo com o secretário de Juventude, Esporte e Lazer, Gustavo Sperotto, o projeto já foi cadastrado junto ao Ministério do Esporte – já que o município não tem recurso livre disponível para execução da obra –, porém, não há como precisar quando os valores serão disponibilizados ao município. “Em abril, o prefeito Guilherme Pasin irá a Brasília e um dos pleitos será a liberação deste recurso. Sabemos que o governo federal está segurando uma série de repasses, mas acredito que até a metade do ano a situação seja regularizada”, diz Sperotto. A obra está orçada em R$ 356,4 mil, com contrapartida de somente 1%, e incluirá também a revitalização do local, com iluminação.
A nova pista, além de beneficiar os skatistas locais, terá 600m² – três vezes maior do que a antiga –, com dimensões capazes de sediar grandes eventos nacionais e internacionais. Até então, o local recebia apenas eventos de âmbito estadual. O projeto custou R$ 27,9 mil e foi elaborado pela Spot Skatepark, que discutiu detalhes da estrutura com representantes da Associação Bento-gonçalvense de Skate (AB Skate) e técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb).
Reconstrução do muro em fase final
Infiltrações e estrutura defasada – devido ao material utilizado para o aterro quando a pista foi reformada em 2011 – foram apontados como os motivos da queda da estrutura em junho do ano passado. As obras para reconstrução do muro e da arquibancada só iniciaram em novembro e estão em fase de conclusão. O trabalho inclui uma estrutura de contenção do tipo gabião (uma estrutura armada) para recuperação do muro em pedra basalto e contenção de solo na pista. O investimento é de R$ 95,5 mil, com recursos provenientes do Fundo Municipal de Desenvolvimento Integrado. Devido às obras, e estrutura ainda não pode ser utilizada. Com o término dos trabalhos e a retirada dos entulhos que ainda estão sobre a pista, o local poderá voltar a ser utilizado pelos skatistas.
Skatistas descontentes
O presidente da AB Skate, Tiago Kustela, critica a reforma feita pela prefeitura. “O melhor seria ter interditado todo o local até a construção da nova pista. A reforma foi um desperdício de dinheiro público, porque com a entrada de patrolas a pista ficou ainda mais danificada”, comenta.
O local, segundo ele, já está sendo apelidado de “remendão” pelos skatistas, que reclamam da qualidade do serviço executado, que deixou falhas em vários pontos. “O chão tem que ser bem polido para a prática do skate. O que fizeram destruiu mais ainda a pista”, acrescenta, alegando descaso por parte do Poder Público com o esporte. Como comparação, ele diz que a medida seria o mesmo que vetar os treinos de um time de vôlei no ginásio ou fornecer uma bola murcha para jogar futebol. Até mesmo a estrutura armada utilizada para contenção do muro é alvo de críticas. “Foi uma ‘gambiarra’ que fizeram. Essas grades oferecem perigo aos skatistas, que podem se machucar caso raspem na estrutura”, observa.
Antes mesmo da queda do muro, a pista, existente desde 2003, já estava precária. “A prefeitura não precisava ter esperado o muro cair para tomar uma providência”, lamenta Kustela. A entidade organiza o Circuito de Skate da Serra Gaúcha, tradicional competição da região Sul, e em 2013, bancou algumas reformas para a competição com recursos próprios.
O projeto da nova pista é bem-vindo, justamente por permitir a realização de torneios de âmbito nacional. Sem a estrutura disponível aos skatistas, a entidade faz uso de uma pista de madeira desmontável para os torneios. O problema é que a pista é destinada apenas aos dias de evento, não podendo ser utilizada no dia a dia por ser mais frágil. “Quem anda de skate hoje em Bento não tem onde praticar. Os atletas que participam de competições têm que ir treinar em outras cidades”, conta o presidente da associação.
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