Novas propostas para atender vítimas de violência

A Rede de Atendimento a Mulheres de Bento Gonçalves tem novas metas. Entre as propostas estão o projeto de construção da Casa de Acolhimento, campanhas de educação e a reorganização dos Grupos Reflexivos de Gênero, cuja frequência é obrigatória aos autores de agressão contra mulheres. Os integrantes da rede ainda apontaram novas alternativas para diminuir os casos de violência em Bento Gonçalves. Os objetivos foram elencados durante a 5ª edição do Seminário Lei Maria da Penha, que aconteceu no último dia 30.

Entre as prioridades está a realização de campanhas de educação para conscientizar sobre a importância do envolvimento de toda a sociedade como forma de diminuir o problema. “Temos que criar a cultura de que todos devem estar atentos. Além da própria vítima, familiares, vizinhos ou quem tiver conhecimento do caso pode tomar uma atitude que auxilie na proteção dessa mulher”, convoca Sandra Giacomini, psicóloga do Centro da Mulher que Vivencia Violência – Revivi. 

A rede congrega integrantes da Brigada Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria Pública, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Revivi, Coordenadoria da Mulher e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-ad). A intenção do grupo é realizar uma reunião na próxima semana para analisar qual a melhor forma de colocar as propostas em prática. “Pretendemos trabalhar em parceria com empresas, para que realizem palestras com os funcionários enfatizando questões de gênero. Isso pode incentivar as mulheres a registrarem uma ocorrência e darem continuidade ao processo, mesmo quando não houver a agressão física, mas somente ameaças. Queremos apresentar a todos que a lei existe e deve ser cumprida. Muitos homens estão sendo presos por descumprirem as medidas protetivas e, com isso, ficam alertas. Tentaremos através da educação, mas se não tiver outra forma, terá que ser pelo medo”, relata Sandra.

Segundo a psicóloga, outra ideia é ampliar o atendimento aos agressores, através do Grupo Reflexivo de Gênero. “Hoje o processo segue, nos casos de violência física, mesmo que as vítimas não compareçam à audiência. O Judiciário encaminha o agressor ao grupo. Nossa ideia é ampliar a oferta e rever o formato, para que esses homens possam ser encaminhados também por outras entidades que compõem a rede”, conta. Sandra ainda destaca que muita coisa tem que ser realizada em prol das vítimas, mas que o principal é que elas não tenham vergonha e busquem ajuda quando estiverem passando por situações de violência. 

Casa de Acolhimento

Um importante passo foi apresentado durante o Seminário: a realização de uma parceria entre o Poder Público e pousadas da cidade para acolher mulheres e seus filhos vítimas de violência doméstica por um determinado período de tempo. “Essa é uma medida provisória para retirar essa vítima de dentro do lar. Temos que pensar na construção ou adaptação de um espaço específico com essa finalidade”, analisa. 

Patrulha Maria da Penha

Para o tenente Zildo Alves da Silva, do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º Bpat), uma ação que poderia ser implantada na cidade é a criação da Patrulha Maria da Penha. Esse projeto já está sendo desenvolvido pela secretaria estadual de Segurança Pública (SPP) e deverá ser lançado no dia 29 de setembro, em Porto Alegre. 

A primeira turma de policiais civis e militares iniciou a capacitação no último dia 27. O objetivo é preparar os integrantes para trabalhar na identificação das necessidades da vítima, de acolhimento, reforçando as medidas protetivas e buscando solucionar os problemas da violência doméstica. A Patrulha terá uma viatura com identificação especial para facilitar o reconhecimento. O trabalho será realizado de forma conjunta entre a Brigada Militar e Polícia Civil.

Reportagem: Katiane Cardoso

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