Núcleo Comunitário registra aumento nas denúncias
Após um ano de implantação, o Núcleo Comunitário da Polícia Civil (NCPC) de Bento Gonçalves pretende ampliar as atividades do projeto em 2014, de forma a beneficiar um percentual ainda maior da população. Integram a equipe oito policiais que atuam nas quatro Delegacias de Polícia (DP) da cidade (1ª e 2ª DPs, Delegacia de Pronto Atendimento e Delegacia da Mulher), realizando trabalhos fora do expediente normal. Em alguns casos, as denúncias tiveram um aumento de 100%.
Segundo a coordenadora do Núcleo Comunitário da Policia Civil de Bento, delegada Isabel Pires Trevisan, os objetivos do núcleo são a prevenção de crimes e também a conscientização. “Queremos a melhora da segurança pública. O nosso núcleo foi o primeiro do tipo no Estado, só agora está sendo criado um parecido em Lajeado. A intenção é dialogar com a comunidade. Aliás, esse também é um dos projetos desenvolvidos: reunimos lideranças de bairros para verificar a questão da segurança nas localidades e as necessidades enfrentadas pelos moradores nesse quesito”, explica.
A delegada contou ainda que foram colocadas urnas nas delegacias do município para estimular as denúncias anônimas. “Percebemos um aumento de 100%. As pessoas estão sendo estimuladas a cooperarem com a segurança pública. As principais foram de violência contra mulheres, crianças e idosos. Mas também estamos recebendo informações sobre tráfico, roubos e até paradeiro de foragidos”, conta.
O NCPC tem pelo menos quatro projetos que se destacam: dois relacionados à violência contra a mulher (para vítimas e agressores), um de mediação de conflitos e outro que aborda a dependência de álcool e drogas (para os dependentes e suas famílias).
O Grupo de Reabilitação para Agressores de Mulheres tem sido destaque pela queda na reincidência. “O projeto consiste em encontros com os agressores acusados de violência contra a mulher. Em cerca de 99% dos casos não tivemos a chamada reincidência. Em apenas um o agressor voltou a cometer o delito”, comemora. No mesmo contexto, outro trabalho desenvolvido pelo Núcleo é do Grupo de Mulheres que Vivenciam a Violência Doméstica. “Realizamos um acompanhamento periódico das vítimas após elas efetuarem o registro da ocorrência de violência doméstica para verificar a condição da mulher. Dependendo da situação, fazemos o encaminhamento para os órgãos responsáveis, caso necessário”, lembra a delegada.
Já Grupo de Mediação de Conflitos visa resolver aquelas ocorrências de crimes que precisam de representação, como os de ameaça e lesão corporal, por exemplo. O trabalho consiste em realizar encontros com ambas as partes para resolver o problema em questão. Segundo Isabel, esse grupo tem obtido 50% de sucesso na resolução dos casos, e a meta é melhorar esse índice neste ano.
Para a delegada, um dos grupos mais importantes é o Grupo de Atenção a Agressores e Famílias de Dependentes de Álcool e outras Drogas. “O índice é alto de agressores com dependência de drogas e/ou de álcool. O uso de entorpecentes é, geralmente, o que motiva a violência, principalmente dentro de casa, como agressão de neto contra avós ou de filhos contra os pais”, conta. Isabel complementa dizendo que em todos os casos o mais indicado é que o agressor seja submetido a tratamento. “Nós temos uma parceira com a Associação Vida Livre para tentar a reabilitação do agressor. Todos vão à clínica como voluntários. Temos situações bem-sucedidas, de pessoas que se livraram do álcool e drogas, mas temos também muitos casos em que os pacientes voltaram a consumir entorpecentes. Existem ainda aqueles que se recusam a realizar qualquer tipo de tratamento”, lamenta.
Reportagem: Jonathan Zanotto
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