O desafio é aumentar os investimentos na poupança

O presidente do HSBC no Brasil, Conrado Engel, esteve presente no primeiro dia da Casa Brasil e palestrou sobre o cenário atual da economia mundial e o futuro do Brasil dentro desse contexto. Para ele, a economia americana só vai se recuperar quando houver uma diminuição do estoque de imóveis e, no Brasil, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) continuará crescendo pelos próximos dois anos, na média de 4%.

Engel disse que o país será o sétimo colocado no ranking mundial das economias, chegando muito próximo do quinto (veja ranking completo no box abaixo). “O grande gargalo do Brasil, hoje, são os baixos investimentos em infraestrutura, que correspondem a cerca de 20% do PIB e que deveriam ser quatro ou cinco vezes maiores”, ressalta.

Segundo Engel, o governo tem que aumentar a poupança pública, porque a taxa de juros vai continuar subindo no mesmo patamar que está hoje. Em países como China e Índia, o investimento no PIB é de aproximadamente 40%. “O grande desafio para os brasileiros é conviver com a alta carga fiscal e tributária diante de uma poupança ainda muito baixa”, salientou.

Com relação ao mercado de trabalho, ele afirmou que a situação hoje é de “pleno emprego”, com apenas 6% da população desempregada. O palestrante alertou também para o bom momento que o Brasil irá enfrentar no ano de 2030, quando ocorrerá o chamado bônus demográfico – que só ocorre uma vez na história de um país – quando a população economicamente ativa ultrapassa a inativa. Os Tigres Asiáticos já passaram por esse período e desfrutam até hoje dos benefícios desse bônus. “É preciso preparar o país para capturar isso”, enfatiza Engel.

No Brasil atual, a classe C representa a grande maioria da população (53,6%); as classes D/E ficam com a fatia de 30,8% e as classes A/B com 15,6%. O palestrante destaca outra grande preocupação que é a presença do risco inflacionário. Ele acrescenta ainda que o nível de endividamento aumenta, mas não oferece risco para o país e que não é verdade que a economia brasileira vive um “super aquecimento”.

“A China será o grande parceiro comercial do Brasil nos próximos anos e, essa relação, sustentada pelas commodities deverá manter o câmbio forte”, salienta. O Brasil é o maior mercado financeiro da América Latina porque combina alto crescimento com rentabilidade forte. As principais projeções, de acordo com Engel, são: PIB de 4,4%; IPCA de 5,4%; juro (Selic) de 12,5% e câmbio de 1,6%, que será pressionado nos próximos dois anos. Engel indica que o país deva investir, pelo menos, 25% ao ano, para poder crescer uma média de 5%.

Ranking das maiores economias mundiais

Na previsão de Engel, as maiores economias em 2050 serão: 1º – China, 2º – Estados Unidos, 3º – Índia, 4º – Japão, 5º – Alemanha, 6º – Reino Unido e 7º – Brasil. O país ocupará esta colocação, principalmente, devido ao baixo investimento em educação e à alta carga tributária.

Morgana Braido

 

Siga o SerraNossa!

Twitter: http://www.twitter.com/serranossa

Facebook: Jornal SerraNossa

Orkut: http://www.orkut.com.br

 

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também