O fim do Ibravin: instituto demite funcionários e anuncia que recursos do Fundovitis serão geridos pela Uvibra

Após 21 anos de atuação, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) pode estar chegando definitivamente ao fim. Na manhã desta segunda-feira, dia 30, a entidade comunicou que as entidades representativas do setor vitivinícola do Rio Grande do Sul, em conjunto com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), definiram que a continuidade de investimentos ao desenvolvimento da vitivinicultura, com recursos do Fundovitis, será realizada através da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e não mais pelo Ibravin.

Ainda na sexta-feira, dia 27, todos os funcionários do Ibravin haviam sido demitidos da entidade. A notícia chega depois de uma série de especulações sobre o destino do Ibravin, que estava com mais de R$ 12 milhões do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis) – forma de sobrevivência e manutenção da entidade – bloqueados desde o início do ano. A liberação da verba não foi feita porque o convênio com o governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, gestora do fundo, não foi assinado.

Em entrevista recente ao SERRANOSSA, o presidente do Ibravin, Oscar Ló, explicou que em 2017 o Tribunal de Contas do Estado (TCE) procedeu a uma Inspeção Especial às contas de diversos fundos que são administrados pela Secretaria de Agricultura. Em relação ao Fundovitis, foram auditadas as contas de 2012 a 2016, período em que o Ibravin investiu cerca de R$ 36 milhões. A essas contas, o órgão de controle do Estado apontou irregularidades quanto aos processos internos e sugeriu a devolução de cerca de R$ 380 mil, pouco mais de 1% do total aplicado pela entidade no período. “As irregularidades referem-se a despesas incompatíveis com a finalidade do convênio, passagens aéreas sem cartão de embarque (caso de jornalistas e convidados que vêm à região e na volta não devolvem o cartão de embarque, entre outros), alteração de etapa com justificativa insuficiente, entre outras. Também estão em análise as contas de 2017 e 2018”, detalhou.

O Ibravin aguardava o resultado dos processos junto ao TCE e órgãos internos do governo. A entidade apresentou proposta de melhorias na estrutura de gestão. No entanto, as sugestões não foram o suficiente para manter o instituto em funcionamento. A Uvibra já realizou alteração estatutária de modo a representar, além das indústrias, as cooperativas e os produtores de uvas, cumprindo o que estabelecem as regras do Fundovitis. “O Instituto Brasileiro do Vinho – Ibravin, a partir desta data, está reduzindo suas atividades e pessoal”, diz a nota oficial.

CONFIRA O COMUNICADO NA ÍNTEGRA: 
“Comunicado
As entidades representativas do setor vitivinícola do Rio Grande do Sul, em conjunto com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) definiram que a continuidade de investimentos ao desenvolvimento da vitivinicultura, com recursos do Fundovitis, será realizada através da União Brasileira de Vitivinicultura – Uvibra.
A Uvibra já realizou alteração estatutária de modo a representar, além das indústrias, as
cooperativas e os produtores de uvas, cumprindo o que estabelece as regras do Fundovitis.
O Instituto Brasileiro do Vinho – Ibravin, a partir desta data, está reduzindo suas atividades
e pessoal.
As atividades relativas a execução dos projetos Wines of Brasil, Grape Juice of Brasil, Suco
de Uva 100% e Qualidade na Taça entre outras, estão temporariamente paralisadas e maiores
informações serão repassadas aos envolvidos com a maior brevidade possível.
Maiores informações podem ser obtidas pelos fones 54-3455-1800 ou pelo
email:ibravin@ibravin.org.br com Gabriela Poletto.

Oscar Ló.
Presidente”