“O ginásio tem que ser autossustentável”

Palco histórico do futsal bento-gonçalvense, com jogos marcantes da Reserg e BGF, o ginásio da Madecenter está em fase de transição para tornar-se um espaço municipal. A expectativa é que em março ele já comece a ser explorado pela secretaria da Juventude, Esporte e Lazer (Semjel), que projeta parceria com a comunidade para que o local seja autossustentável.

A aquisição do espaço é consequência de uma permuta com a Nobrepinus Incorporações Imobiliárias. Em troca do terreno onde está situado o ginásio, a prefeitura cedeu uma área de terras localizada no bairro Borgo. Ambas foram avaliadas em R$ 1,38 milhão. Enquanto aguarda a documentação, a Semjel estuda a utilização do local com a incumbência de que o mesmo não venha a gerar despesas adicionais ao município. “Antes de tudo, o ginásio tem que ser autossustentável. Não pode, por exemplo, a prefeitura pagar as despesas de água e luz. Hoje o município tem que ter mais dinheiro para investir, e não apenas sustentar as coisas. Isso não quer dizer que a comunidade vá pagar, mas eu acho que vai ter que ser uma coisa em conjunto. A ideia é sentar com a comunidade para traçar objetivos conjuntos”, afirma o secretário da Juventude, Esporte e Lazer, Gustavo Sperotto.

Entre as alternativas que deverão ser propostas em encontro com as lideranças locais, está o pagamento de uma taxa por parte das entidades que pretendem utilizar o espaço, além da terceirização do bar do ginásio. “Por exemplo, se hoje a hora custa R$ 60, ela pode custar R$ 20. Também podemos fazer um contrato para interessados em explorar o aluguel da quadra e do bar, de forma que o dinheiro fique lá e que o ginásio se auto-sustente”, frisa o secretário.

Paralelamente, a prefeitura vem analisando alternativas para o primeiro pavimento do ginásio. O prefeito Guilherme Pasin já cogitou a possibilidade de instalar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou um Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ceacri), visando atender a exigência da população local que será ainda maior a partir de um novo loteamento que está sendo construído nas redondezas do ginásio. Uma terceira opção é colocar tatames no espaço e ampliar projetos sociais de jiu-jítsu e muay thai. De uma forma ou de outra, na avaliação de Sperotto, a aquisição do segundo maior ginásio de esportes do município, bem como a construção do Centro Integrado de Esporte, Lazer e Cultura no Ouro Verde, suprirão a demanda na zona norte da cidade. “A população da zona norte não tinha nenhum lugar específico, a não ser particular, para o lazer. Esse ginásio iria virar rua ou lotes. A comunidade ganha uma possibilidade de lazer, de maior oferta dos projetos sociais. Por consequência, aumenta a qualidade de vida, a gente acredita muito no esporte como ferramenta contra as drogas. É mais uma possibilidade de as crianças não estarem nas ruas, mas sim dentro do ginásio praticando esportes. Aquela região da cidade está crescendo muito e acredito que ela ficará bem suprida com o ginásio e com o Centro Integrado de Esporte, Lazer e Cultura”, salienta. 

Campo será realocado

A parte do terreno que passa a pertencer ao município não compreende toda a dimensão do campo de futebol sete localizado ao lado do ginásio. Parte do gramado já desapareceu com o início das obras para a construção de um loteamento. Mesmo assim, conforme Sperotto, a comunidade não perderá o campo. A ideia é transferi-lo para a parte ao lado do acesso ao primeiro pavimento. Para tanto, já há conversas com a secretária de Meio Ambiente para a remoção e replantio da grama. “Não sei se o campo será muito menor, mas mesmo que seja, será bastante útil para projetos que envolvem categorias de base”, afirma Sperotto.

Alto rendimento

Com capacidade para cerca de 800 pessoas, a utilização do ginásio da Madecenter pelas equipes de alto rendimento – Bento Gonçalves Futsal (BGF) e Bento Vôlei – está praticamente descartada. O BGF chegou a externar interesse em voltar para o ginásio onde disputou os primeiros treinos e jogos, mas a exigência de um pára-raios e outras melhorias para a liberação dos Bombeiros tornam a ideia, ao menos por enquanto, praticamente inviável. “A liberação, hoje, exigiria um investimento muito alto”, justifica Sperotto.

O secretário acredita que o espaço para o alto rendimento na cidade estará suprido com o Centro Esportivo, que será erguido ao lado do Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos. A Caixa Econômica Federal está analisando o projeto já com as readequações exigidas e a expectativa é que a abertura das licitações possa ocorrer ainda em março. Caso haja a necessidade de novas readequações, no entanto, a ideia de regularizar o ginásio da Madecenter para jogos do BGF pode ser reavaliada.

 

 

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

Instagram: @serranossa

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.